Outubro no suporte novamente

Depois de devolver grande parte da alta acumulada, o contrato de outubro fez sua mínima ao redor de R$84,50/@ e tentou novamente subir, caminhando até pouco acima do R$ 86,00/@ para novamente perder o fôlego e retomar para o patamar de R$ 85,00/@. Após sucessivas tentativas frustradas de se romper com consistência abaixo dos R$84,80/@, parece ter se formado um importante suporte de curto prazo neste patamar, como pode ser observado na área mais “congestionada” à direita da figura 1. No mercado físico, as escalas mais confortáveis do que nas últimas semanas propiciam uma estratégia de compras mais tranqüila e, com isto, aos poucos vendas a preços mais baixos vão acontecendo. Mesmo que sem um grande volume, vão permitindo a manutenção de escalas mais confortáveis e tirando um pouco da sustentação do mercado. A maior dificuldade atual para os invernistas é, sem dúvida nenhuma, o mercado de reposição, que atualmente se situa em seu pior patamar histórico, a 1,90 bezerro/boi. Como pode ser observado na figura 2. Com essa relação de troca tão desfavorável é natural que a venda do boi gordo seja postergada ao máximo para tentar aproveitar alguma queda nos preços da reposição. Porém, esta estratégia, se estiver realmente acontecendo, tende a perder força com a chegada do frio e da seca e com a diminuição da capacidade de suporte das pastagens. A julgar pelos preços do mercado futuro, este não acredita nesta retenção de animais, já que a atual queda de aproximadamente R$1,00/@ do contrato de maio frente ao índice ESALQ não reflete a expectativa de um grande aumento de oferta e vendas concentradas neste fim de safra. Dessa forma, temos basicamente três cenários à frente: a relação de troca se ajustando pela queda dos preços do bezerro/boi magro, pela alta dos preços da arroba do boi gordo, ou as duas hipóteses atuando juntas. De toda maneira é difícil imaginar que a atividade de engorda continue tão pressionada por muito mais tempo, já que mesmo diante de custos de alimentação tão favoráveis neste ano, oferta escassa e preços altos da reposição desestimulam a compra de bois magros para confinar.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>