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Scot Consultoria

Mercado firme


Quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010 - 15h57

O mercado do boi gordo tem se mostrado bastante firme nas duas últimas semanas, com dificuldades recorrentes de se alongar as escalas, mesmo nos frigoríficos maiores, e preços firmes em todo o Brasil. Essa firmeza do mercado em geral além de puxar os preços de São Paulo para cima, está puxando ainda mais os preços de fora de São Paulo, fazendo com que os diferenciais de base se estreitem. Um caso emblemático desse estreitamento é o diferencial São Paulo x Sul de Goiás, que, segundo levantamento da Scot Consultoria, começou o ano em -8,1% e atualmente chegou em sua mínima recente, -1,7%. Esse movimento de valorização da arroba nas praças fora de São Paulo reflete o maior apetite de compras onde há a possibilidade de se comprar maior volume de animais, porém essa valorização tem um limite e, caso a oferta no geral continue restrita, o próximo passo seria uma maior alta dos preços de São Paulo, reequilibrando então o diferencial. Apesar de não terem ocorrido altas explosivas até agora, a tendência neste no começo de ano tem sido de alta constante. O Índice ESALQ à vista fez sua mínima do ano no dia 11/01, em R$74,89, e veio em trajetória de leve e constante alta até os atuais R$77,44/@. Essa resistência de venda por parte do pecuarista é incentivada pela relação de troca que, apesar da leve melhora recente, ainda permanece em patamares historicamente ruins e possibilitada pela ótima condição das pastagens devido às chuvas abundantes. Com toda essa firmeza do físico, o mercado futuro acompanha o movimento e tem operado em alta, com o contrato de out/10 fazendo sua máxima recente em R$84,20/@, com o diferencial para maio subindo para R$6,50, já representando um carrego próximo de 8,50%, que ainda está bastante abaixo da média histórica. Porém, já representa uma grande alta frente a poucas semanas atrás, quando esse diferencial chegou a R$5,50. Esse melhor carrego para a entressafra, junto com preços de milho extremamente baixos, podem representar um estímulo a mais para os confinadores, que até o momento estavam bastante desestimulados com a atividade. Ainda é cedo para fazer comparações desse tipo, mas o movimento de preços desse início de ano guarda algumas semelhanças com o início de 2008, quando os preços foram subindo em pequenas doses no início do ano, contrariando a tendência natural da safra. Além disso, naquele ano havia um sentimento forte de que em algum momento da safra a oferta aumentaria, semelhante ao que ocorre hoje. Logicamente, existem diferenças em relação ao estágio do ciclo pecuário nesses 2 anos, além de que até o meio de 2008 todas as commodities apresentavam altas recordes, mas o fato foi que a oferta não aumentou nada durante a safra de 2008. O desenrolar da safra de 2010 nos mostrará se as semelhanças param por aqui.
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