2010

O final do ano, correspondendo às expectativas da maioria dos analistas, foi bastante positivo, com as festividades típicas da época impulsionando a venda de carne, que por sua vez contribuiu para a alta do boi gordo, que fechou o ano de 2010 com o Índice ESALQ à vista cotado em R$77,03/@ e o a prazo em R$78,11/@. Essa cotação representa alta frente às cotações do início do mês, porém ainda estão bastante abaixo das cotações do final de dezembro de 2008. A média de cinco dias que liquidou o dez/09 foi R$76,48/@, representando uma queda de 7,7% em relação à média que liquidou o dez/08, R$82,86/@. Com a volta dos pecuaristas às vendas após o final do ano, os preços voltaram a ceder em São Paulo, com o Indicador ESALQ à vista do dia 06/01 cotado em R$76,25/@ e o a prazo em R$77,18/@, e com um melhor posicionamento de escalas, a pressão para baixar os preços é grande, principalmente porque janeiro é um mês tradicionalmente de baixo consumo no mercado interno. O fluxo de vendas, sobretudo no Mato Grosso do Sul, tem permitido essa maior pressão negativa. O mercado futuro, que já trabalhava com essa expectativa, precificando o contrato de jan/10 sempre abaixo do dez/09, acentuou a queda, com o jan/10 ajustando no dia 06/01 em R$73,91, ou seja, precificando uma queda de mais R$2,34/@ até o final do mês. Apesar de graficamente o contrato de jan/10 se apresentar sem nenhum suporte importante até ao redor dos R$73,00/@, a menos que o Índice ESALQ à vista acelere sua queda nos próximos dias, o grande deságio do contrato frente ao índice tende a segurar um pouco maiores quedas nos próximos dias. Agora no começo do ano, convém deixarmos um pouco de lado os ruídos do curto prazo, para nos atermos às expectativas macro em relação a 2010. No lado positivo, após o grande susto representado pela crise mundial de 2008 e início de 2009, o sentimento geral é de que o pior ficou para trás. As expectativas para o desempenho da economia brasileira em 2010 vergem para crescimento acima de 5% do PIB, com copa do mundo no meio do ano e eleições presidenciais no segundo semestre. * Além disso, há expectativa de reação das exportações após o fraco desempenho em 2009. A Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec) trabalha com expectativa de aumento de 20% das exportações de carne bovina do Brasil. Além disso, algumas indústrias que tiveram seus planos de recuperação judicial aprovados voltarão a abater, melhorando ligeiramente a demanda por bois. No lado negativo, os maiores fatores são a maior concentração da indústria frigorífica, o câmbio desfavorável e a expectativa quanto à virada do ciclo pecuário. Pelos preços atuais do mercado futuro para 2010, parece que o mercado está dando maior peso para o lado negativo da moeda. Aproveito a oportunidade para desejar a todos um ótimo ano.
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