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Scot Consultoria

Mercado difícil


Quinta-feira, 20 de agosto de 2009 - 17h37

O operar nos mercados futuros e identificar tendências de preços no curto, médio e longo prazos já são, por si só, tarefas extremamente difíceis, já que além de lidar com dados objetivos, outros fatores subjetivos como ganância e medo atrapalham sobremaneira as análises. Atualmente, porém, definir estratégias no mercado futuro de boi está ainda mais difícil devido às enormes divergências apresentadas no mercado físico. DIFERENTE POR QUÊ? A diferença de preços entre frigoríficos e praças pecuárias está enorme e, até mesmo dentro do estado de São Paulo, onde essas diferenças tendem a ser menores, elas já são bastante significativas. Por exemplo, no levantamento de preços realizado pelo CEPEA – ESALQ em 18/08, o preço a prazo da praça de Araçatuba estava em R$77,93/@ e a de Bauru/Marília estava em R$81,33/@, uma diferença de 4,36% entre duas praças vizinhas e do mesmo estado! A diferença nesse dia específico serve bem para ilustrar a enorme divergência de realidades encontradas no mercado atualmente. INFLUÊNCIAS Fatores como compras a termo, confinamentos próprios, compras em outros estados e receio de calotes fazem com que as diferenças de preços entre frigoríficos e entre praças estejam exacerbadas. Segundo levantamento da Scot Consultoria, o diferencial de preços entre São Paulo e Goiânia está em 14,50%, contra uma média histórica de 8%. Já entre São Paulo e o Triangulo Mineiro, o diferencial está em 11,3%, contra uma média histórica de 4,3%. Somam-se a todos esses fatores as recentes chuvas ocorridas totalmente fora de época e temos uma entressafra bastante atípica e, por isso mesmo, extremamente complicada de se fazer previsões minimamente confiáveis. Jogando contra uma recuperação mais sustentada dos preços, temos um mercado interno com o consumo patinando nos atuais preços, carnes concorrentes como o frango com enormes quedas (nos últimos 30 dias o frango caiu 19%), mercado externo comprando menos que nos anos anteriores, dólar caindo e a economia mundial ainda não totalmente recuperada da crise. Em relação ao mercado futuro, outro fator a ser considerado é a grande posição comprada de pessoa física, atualmente com 59,9% de toda a posição comprada do mercado, gerando preocupações caso essa posição venha a ser liquidada rapidamente em caso de queda de preços. SERÁ QUE CAI? As dúvidas agora ficam por conta da intenção de confinamento para a chamada “segunda rodada” dos confinamentos, onde os preços das commodities e do boi magro atuais têm um papel fundamental. As commodities recuaram bastante, porém o boi magro não recuou na mesma proporção do boi gordo, desestimulando assim a atividade. Além disso, em algumas regiões produtoras a capacidade de suporte das pastagens não foi tão prejudicada como era de se esperar para o período da seca, outro fator relevante para a oferta de animais terminados no segundo semestre. Em resumo, hoje existem ainda mais fatores influenciando os preços do que normalmente ocorre. Portanto, a sugestão é que a decisão sobre o segundo turno deve ser tomada com o máximo cuidado e o ideal é só partir para ela com os custos muito bem calculados e com o preço de venda já protegido de alguma forma.
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