Arbitrando relações de troca

No mercado de commodities, o diferencial entre o resultado positivo ou negativo da atividade é, sem dúvida, a gestão. Nesse aspecto, tão ou mais importante do que o preço de venda da mercadoria, é o seu custo de produção, já que em última análise o preço de venda é determinado pelo mercado. O custo de produção, por sua vez, tem como ser trabalhado através de aspectos como eficiência produtiva, ganhos em escala, etc. Dessa forma, é óbvio que a análise pura e simples do preço de venda não é relevante para o resultado da atividade. Vender boi para outubro de 2009 a R$97,50/@ é interessante? Qual é o poder de compra de uma @ de R$97,50 em outubro do ano que vem? Para responder a essas perguntas podemos utilizar o mercado futuro e travar relações de troca que sejam interessantes ao produtor. O maior custo do confinamento é o boi magro. Para garantir o preço do animal é possível a compra de contratos futuros para a época de início do confinamento, gerenciando antecipadamente esse custo. Outro custo fundamental é a alimentação e, nesse item, assume papel importantíssimo o preço do milho. Mais importante do que o preço de compra do milho sozinho é quantas arrobas de boi gordo serão gastas para comprar esse insumo. Essa relação também pode ser arbitrada através de uma operação simples, que consiste na compra de contratos de milho para o início do confinamento (maio, por exemplo) e a imediata venda de contratos de boi para a época do abate dos animais (outubro, por exemplo). Acompanhe nos gráfico a evolução dessa relação de troca desde junho de 2008. Como pode ser observado, a relação de troca boi x milho oscila bastante, algumas vezes favorecendo o boi e algumas vezes favorecendo o milho. Dessa forma, ao acompanhar de perto essas relações, o confinador pode aproveitar distorções momentâneas em uma das commodities e travar uma relação de troca favorável à sua atividade, podendo assim garantir de antemão uma parte significante de seu custo.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>