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Scot Consultoria

Sobre antas, carne e crianças


Segunda-feira, 24 de março de 2008 - 10h32

Gerações e gerações de romanos foram educados acreditando que uma loba havia amamentado Rômulo e Remo, os fundadores da poderosa cidade que dominou o mundo por mais de mil anos. Aqui no Brasil existem “antas” querendo amamentar as crianças, só que ao invés de leite, o nutriente é a burrice, a falta de bom senso e a “pegajosidade” da ignorância travestida de intelectualidade politicamente correta. Uma pena! Há casos de professores e dirigentes dogmáticos, tapados, preguiçosos, e irresponsáveis ensinando nas escolas que não se deve comer carne. A justificativa é proteger a floresta amazônica. Provavelmente não são capazes de diferenciar uma plantação de abacaxi de uma vegetação de cerrado, mas não importa. Sabem tudo da Amazônia. Desde 2006 a Scot Consultoria vem alertando e explorando esse assunto. Tempos atrás, um artigo foi escrito denunciando que crianças estavam sofrendo lavagem cerebral em escolas. Há também trabalhos, estúpidos, mentirosos e inconclusivos tentando associar o consumo de carne com a devastação. O dogma é tanto que mestres e doutores batem palmas a esses materiais sem notar que a tese, objeto desses estudos, não atingiu os objetivos propostos. Nos últimos meses, a equipe da Scot Consultoria tem recebido, lido e, analisado muitas delas. Verdadeiros monumentos à burrice, estupidez e truculência. O viés ideológico é patente. Este assunto voltou à baila, depois que uma cliente da Scot Consultoria ter entrado em contato para relatar que havia discutido com pais e mestres, em uma reunião escolar. O motivo da discussão foi que ela e o seu marido eram contra ensinar aos filhos que eles têm que parar de comer carne. Até imagino a revolta do casal, sendo massacrados com argumentos inócuos, pelos professores que deveriam ensinar os seus filhos e não repetir arengas sem o menor raciocínio. Nem cabe discorrer sobre a importância do consumo de carne. Não há espaço para tanto. Na sua obra de mais de 800 páginas, “O Livro de Ouro da História do Mundo”, J.M. Roberts dedica quase um capítulo para relacionar a importância do consumo de proteína animal e o desenvolvimento dos humanos sobre os demais animais. Também poderia lembrar do casal norte-americano que, em 2006 ou 2007, decidiu que sua criança não seria mais onívora, transformando-a, à força em herbívora, e assim matando-a por falta de proteína. Um jovem nenê vítima da burrice dos pais. O que preocupa, no caso levantado pelos nossos leitores, são três coisas. Primeiro, a ameaça aos resultados econômicos de uma cadeia agroindustrial de extrema importância, como é o da carne bovina e de seus derivados. Carne é alimento e essa produção de alimento está sendo ameaçada, pois reduzindo-se o consumo, o que aconteceria com os preços? Segundo, podem bater o pé, sapatear e gritar, mas reduzir o consumo de carne não reduzirá em nada o desmatamento. O avanço do pasto, e do boi, não são as causas do desmatamento, são conseqüências. Querem segurar o desmatamento? Combatam em duas frentes: extração e consumo ilegal de madeira e corrupção em órgãos de Estado, responsáveis pela emissão de documentos, certificados, etc. Isso seria obrigação de pecuaristas? É claro que não. Terceiro, a redução do consumo de carne, e a conseqüente queda nos preços, pioraria a situação. Aí sim, faltando capital, é evidente que principalmente os pequenos agropecuaristas, avançariam sobre novas áreas. O extrativismo é o que exige menor investimento. É claro, basta queimar, derrubar e plantar. Há um estudo da Universidade de Harvard, em parceria com a ESALQ/USP, mostrando que uma das causas do desmatamento, em pequenas propriedades, se relaciona com a perda de renda por área. Por fim, a solução insana de não se alimentar com carne bovina, sem critério, sem ouvir especialistas e sem ao menos se aprofundarem um pouco que seja no assunto, não trará benefício algum. Além de piorar a situação da Amazônia, trará prejuízo à nutrição das crianças, disseminará a pobreza e o desemprego em áreas de pecuária e eliminará os pequenos produtores da atividade. Mas antes que os produtores sejam expulsos, eles deixarão uma herança trágica nas matas que circundam suas propriedades. Não é por serem maus, irracionais ou devastadores. É porque lutarão até o fim pela sobrevivência e permanência na atividade. Puro senso de sobrevivência. Com certeza, nenhum engravatado o convencerá a deixar sua família passando necessidade para salvar alguma gleba de mato. Esse é o resultado de tal conduta. A esses mestres, experts no assunto, um recado. Continuem ensinando isso a seus alunos, mas façam força para viverem muito. Espero que fiquem bem velhinhos, para depois ensinarem aos netos das crianças de hoje porque estavam errados. Ah, e uma dica, inclua carne adequadamente em sua dieta para viver um pouco mais. Não precisam falar para ninguém, podem comer escondido.
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