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Área de pastagem - Estabilidade em 2007


Sexta-feira, 2 de maio de 2008 - 11h22

A área de pastagem do Brasil ficou praticamente estável entre 2006 e 2007. Na verdade, foi registrado um ligeiro aumento de 0,01%, ou seja, a área de pastagem em todo o Brasil aumentou em cerca de 14,50 mil hectares. Nos últimos anos, a área ocupada pela pecuária encolheu significativamente. A agricultura, num primeiro momento, avançou sobre as pastagens degradadas. Depois, entre 2003 e 2004, em função dos bons resultados proporcionados, principalmente, pelo milho e pela soja (sendo que a pecuária estava no início da fase de baixa), a área de pasto encolheu ainda mais, dando mais espaço para as lavouras. Acompanhe, na figura 1, a evolução da área de pastagem do Brasil ao longo dos últimos anos. Entre 2004 e 2005 a área de pastagem voltou a crescer, com destaque para as regiões de fronteira, em função da crise de preços da agricultura (que segurou o avanço da área de grãos no Centro-Sul). Este aumento só não foi maior por causa do bom momento da cana-de-açúcar, que avançou sobre parcela das áreas destinadas anteriormente às pastagens, principalmente em São Paulo e praças vizinhas. Observe, na tabela 1, as áreas de pastagem nos principais Estados brasileiros e a variação entre 2006 e 2007. De 2006 para 2007 as áreas de pasto cresceram no Pará (+4,39%); em Rondônia (+1,3%) e no Paraná (+0,69%), por exemplo. Esse crescimento pode ser atribuído à diminuição da área de agricultura e à abertura de novas áreas, principalmente no Norte do País. No Pará o pasto avançou sobre áreas anteriormente ocupadas com arroz, milho e também sobre novas áreas. Desde 2001, a área de pastagem no Pará aumentou em 1,30 milhão de hectares, o maior crescimento quando consideramos todos os Estados brasileiros. Em Rondônia o crescimento do pasto foi principalmente sobre novas áreas. Já no Paraná as áreas de aveia, algodão, soja e trigo que diminuíram foram, em parte, ocupadas com pastagens. Nos outros Estados (principalmente os do Norte e Nordeste), as pastagens também ocuparam áreas novas. A recuperação dos preços pecuários contribuiu para a construção desse cenário. Em contrapartida, São Paulo é ainda o Estado com uma das maiores taxas de diminuição de área de pastagem. Entre 2006 e 2007, cerca de 370 mil hectares de pasto passaram a ser ocupados com agricultura (cana-de-açúcar principalmente). Aliás, desde 2001, a área de pastagem em São Paulo diminuiu 16,8%, o equivalente a 1,7 milhão de hectares (mais do que foi aberto no Pará, por exemplo). Depois de São Paulo, entre 2006 e 2007, a maior retração ocorreu no Mato Grosso. A diminuição de 2,35% na área de pastagem do Estado, algo em torno de 504 mil hectares, pode ser creditada à expansão do cultivo da soja e do milho. Já no Rio Grande do Sul, as áreas de arroz e trigo aumentaram em detrimento das áreas de pasto. Com isso, houve um recuo de 1,39% nas áreas destinadas às pastagens entre 2006 e 2007. Vale destacar que o potencial de crescimento da pecuária nacional, através de incorporação de tecnologia, é enorme. O ajuste produtivo que se verifica hoje é reflexo da retração de investimentos e do abate de matrizes, em função da crise de preços que acometeu a atividade entre 2002 e 2006, e não do avanço da agricultura. Desde que haja estímulo (em termos de resultados econômicos) a pecuária ainda pode ceder mais de 10 ou 15 milhões de hectares à agricultura sem que se comprometa o crescimento da produção de carne bovina.
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