Em 2010 as exportações brasileiras de couros aumentaram 50,1% em receita e 11,8% em volume, comparadas às de 2009, ano da crise.
Porém, o câmbio foi a pedra no sapato das exportações em 2010, ficando o dólar por volta de R$1,76 ao longo do ano, o menor valor anual desde 2000.
Para 2011 as projeções indicam um quadro semelhante. Com isto, o câmbio deve novamente interferir fortemente no comportamento das exportações. Vejam os outros componentes.
OFERTA
Os abates definem a disponibilidade de peles.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima uma redução de 1,9 milhão nos abates mundiais em 2011, em relação a 2010.
Nos Estados Unidos, importante importador de peles brasileiras (em estágios de curtimento valorizado, com preço maior), os abates devem ser 3,5% (1,2 milhão de cabeças) menores que em 2010.
Para o Brasil, projeta-se um crescimento ao redor de 1,5% (600 mil cabeças) nos abates, em relação a 2010.
Para Índia e China projeta-se crescimento de 700 e 200 mil cabeças abatidas.
A participação dos abates brasileiros nos abates mundiais deve alcançar 18,5%, ante 18,1% em 2010. Isto aumenta a importância e necessidade das peles brasileiras no cenário mundial.
O volume das exportações brasileiras de peles tem forte correlação com o nível de abates. Entre 2000 e 2010 esta foi de 0,96 (quanto mais próximo de 1, maior a correlação)
O cenário para 2011 é interessante para o Brasil.
DEMANDA
Os maiores compradores de peles brasileiras são China, Hong Kong, Itália e Estados Unidos.
China e Hong Kong abastecem a voraz economia chinesa que, segundo projeções do Banco Mundial, deve ter incremento de 8,5% no PIB per capita em 2011, mantendo firme a demanda por peles do país.
Para os Estados Unidos, as estimativas são de 2,9% de aumento no PIB, ante 3,3% em 2010. Apesar de menor, a tendência é de crescimento na demanda. Lembrando que a produção norte-americana de peles deve cair.
A zona do Euro, da qual a Itália faz parte, deve ter aumento de 1,3% no PIB per capita em 2011, ante o aumento de 0,7% em 2010. Isso deve aumentar a participação da demanda européia no mercado mundial em 2011.
Em uma visão mais ampla, o crescimento do PIB per capita mundial deve manter a taxa de 2010, cujo número foi de 3,3%.
EXPECTATIVAS
Considerando a alta correlação entre os abates e o volume exportado e o cenário global, estima-se um aumento do volume embarcado na mesma magnitude dos abates. Isto resulta em algo próximo a 360 mil toneladas.
Em termos de receita, considerando a média de preços de 2007, 2008 e 2010 (2009 não foi considerado, pois os preços variaram demais devido à crise) a receita atingiria US$1,98 bilhão.
Considerando o preço médio de 2007 a 2011 (com 2009) a receita com 360 mil toneladas seria da ordem de US$1,82 bilhão.
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