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Scot Consultoria

O problema está no câmbio


Sexta-feira, 4 de dezembro de 2009 - 09h07

Praticamente não foram registradas alterações para o couro e para o sebo ao longo da última semana. Apenas no Rio Grande do Sul houve recuo de R$0,05/kg para o sebo bovino, sendo que os compradores estão buscando estabelecer R$1,40/kg como preço de referência. A pressão de baixa é resultado, principalmente, do aumento de oferta, uma vez que os abates têm evoluído em bom ritmo. Por falar em abates, veja na página 16 que a retomada de atividades de plantas que estavam fora de operação deverá levar ao aumento da produção em 2010. Com relação ao couro verde, os curtumes buscam segurar os preços. No entanto, admitem que a disputa por matéria-prima tem sido intensa e que há possibilidade de ocorrerem novos aumentos no médio prazo. A questão é que o couro verde tem reagido mesmo sem haver repasse, na mesma magnitude, para o couro curtido. Se a partir do ano que vem a economia mundial realmente se normalizar, levando a um aumento das exportações e dos preços do couro no mercado internacional, será difícil impedir que o couro verde continue subindo. CÂMBIO Para um setor eminentemente exportador (cadeia do couro ao calçado), a perspectiva de contínua apreciação do real, ao longo de 2010, chega a dar um frio na espinha. A questão é que todos os economistas, analistas, especialistas (e outros “istas”) apostam realmente nessa tendência. Não se acha quem pense o contrário. Em entrevista recente ao blog da jornalista Miriam Leitão, o economista Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de política monetária do Banco Central, emitiu a seguinte opinião sobre o que esperar da cotação do dólar: “A pressão por apreciação do câmbio deve continuar no médio prazo apesar da deterioração na conta corrente. Acreditamos que a entrada de capitais para investimentos produtivos e no mercado financeiro deve continuar compensando a necessidade de ampliarmos a poupança externa para financiar o excesso de consumo doméstico. No curto prazo, parece que o desempenho dependerá mais das atitudes do governo e também da manutenção de um cenário externo sem sobressaltos”. “A taxa de câmbio é o que os economistas chamam de variável endógena, ou seja, é uma consequência de muitas outras variáveis e da própria estrutura da economia brasileira em relação aos seus principais parceiros. Se a preocupação do governo é com a competitividade dos produtores locais em relação aos de fora, a melhor medida para corrigir isso é a redução de gastos públicos, que aumenta a poupança doméstica e reduz a necessidade de financiamento externo”.
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