“Efeito friboi” faz a cotação do couro verde disparar

O mercado do couro verde trabalha em ambiente firme, sob efeito da entrada da JBS Friboi no mercado de couro curtido. Em outras palavras, a ausência das peles do Friboi é que responde pelos aumentos de preço verificados nas últimas semanas. No Brasil Central já se fala em R$0,80/kg para o couro verde de primeira linha. Os curtumes tentam manter os R$0,70/kg, mas está difícil segurar. A Scot Consultoria considera, hoje, R$0,75/kg como preço-referência, uma alta de 67% em pouco mais de 30 dias. O couro verde no Rio Grande do Sul (cuja referência é o produto catado) já alcançou R$0,70/kg. Alta de 75% no mesmo período. A JBS Friboi ainda está colocando peles no mercado, mas vem diminuindo esse montante gradualmente. Logo ele deve zerar. O forte aumento dos preços (diante de um câmbio relativamente baixo) e a dificuldade de aquisição de matéria-prima poderão acentuar a crise no setor de curtimento. Mesmo porque, apesar do mercado internacional começar a dar sinais de aquecimento, ninguém espera aumentos de preço, no curto prazo, na mesma magnitude do que tem sido observado para o couro verde. Isso sem contar que os contratos de couro semi-acabado e acabado (estágios finais de curtimento) para, pelo menos, esse resto de ano já devem estar fechados. Como os produtores de wet blue (primeiro estágio de curtimento) deverão tentar algum repasse do aumento de preço registrado para o couro verde, a pressão sobre os curtumes que trabalham com maior valor agregado tende a ser grande. O “efeito Friboi” sobre o mercado de couro verde já está sendo mensurado. As equipes de venda dos curtumes, agora, estão apreensivas com relação ao “efeito Friboi” sobre o mercado de couro curtido. Afinal, qual será a estratégia de venda do Friboi? Quais clientes a empresa irá disputar? Qual será a estratégia de preços? Essas respostas o mercado começará a obter ao longo dos próximos dias.
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