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Scot Consultoria

Cai ou fica estável?


Quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009 - 16h03

Preços estáveis para o couro verde. A opinião dos compradores quanto à tendência para as próximas semanas está dividida entre aqueles que acreditam em estabilidade e os que apontam novos recuos. A favor da estabilidade tem-se o fato de que o couro verde já “caiu demais”: 72%, desde o início do movimento de baixa (em outubro de 2007), tomando o produto de primeira linha do Brasil Central como referência. Essa queda da matéria-prima pouco ajudou nas vendas e, se continuar, tende a ter como único efeito a desvalorização do estoque dos próprios curtumes. A favor dos recuos, porém, tem-se o fato de que as vendas insistem em não melhorarem. Além do mais, os preços internacionais estão em queda. Reflexo da crise econômica. Essa crise está sendo retroalimentada pelo pessimismo a ela relacionado. Ninguém compra e ninguém investe por conta da crise e desse jeito ela não se dissipa, por mais dinheiro que os governos de todo o mundo injetem em suas economias. Bancos e empresas usam o dinheiro novo para reforçar o caixa. Os poucos consumidores agraciados com algum reforço advindo de programas sociais ou corte de impostos, direcionam as sobras (quando existem) para a poupança. Dessa forma, a roda do comércio não gira. Ela carece de confiança. PROBLEMA DE DEMANDA Vale ressaltar que o mercado do couro depende significativamente do desempenho de dois setores que estão no epicentro da crise econômica: o moveleiro (que vai bem quando o setor imobiliário vai bem) e o automotivo. Manchete do jornal Folha de São Paulo em 25 de fevereiro de 2009: “Inadimplência sobe e bancos retomam 100 mil veículos: recuperação de carros cresceu até 30% no começo deste ano; estoque pode causar queda maior no preço de usados”. Isso é no Brasil. Sabe-se que nos EUA, o pai da crise, o problema é muito maior. Não fosse a oferta relativamente reduzida, provavelmente o couro verde não estaria mais sendo vendido. Estaria sendo doado. E não há exagero nessa afirmação; outros produtos do agronegócio, por motivos diversos, já enfrentaram esse tipo de peleja. Vieram na lembrança a polpa cítrica a R$1,00/tonelada (isso mesmo, um real a tonelada!) em São Paulo, e o sebo de graça (o comprador arcava apenas com o frete) em Rondônia. Isso para não buscar exemplos que fujam da última década. Há alguns anos, quem acreditaria que a tendência para o couro verde era valer quase três vezes menos do que o sebo? Vale recordar: em março de 2007 o couro verde de primeira linha era negociado entre R$2,20 e R$2,30/kg. O sebo valia R$0,90 a R$0,95/kg. Por hora, a tendência é de preços estáveis para o couro verde, com ligeiro viés de baixa.
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