Tudo em baixa

Mercado frouxo para o couro verde. No Brasil Central foi registrado recuo de R$0,10/kg para o produto de primeira linha, sendo que alguns curtumes já abriram ordens de compra em R$1,50/kg. Lembrando que esse é o preço base, ou seja, não considera nenhuma bonificação em função de volume e qualidade. Para o couro catado, também no Brasil Central, o recuo foi de R$0,20/kg. A demanda por esse tipo de produto esfriou mesmo. Acontece que, como as vendas estão travadas (férias na Europa, crise nos EUA, recuo da demanda chinesa, etc.), já começa a sobrar couro no mercado, apesar da morosidade dos abates. Tem, principalmente, muito couro salgado vindo do Nordeste, onde a oferta de gado tem se mostrado acima da média do país. Já que tem sobras, ninguém quer couro catado. Os curtumes têm acordos de longo prazo com os frigoríficos, ou seja, independentemente do desempenho das vendas eles acabam adquirindo o couro. Esse compromisso não existe com salgadores e catadores. Eles funcionam como “tapa buracos”, e no momento não existem buracos descobertos. E além da questão oferta x demanda, é preciso considerar também o efeito negativo do câmbio sobre as margens das indústrias. Aliás, esse assunto já foi discutido aqui à exaustão. Dessa forma, a tendência para a próxima semana é de novos recuos. SEBO TAMBÉM EM BAIXA Recuos também foram registrados para o sebo bovino. A demanda realmente diminui com a chegada do frio. Já foram registrados, no Brasil Central, negócios abaixo de R$1,95/kg, ou seja, mais ajustes devem vir por aí. Vale destacar que, apesar da tendência de baixa, o problema de oferta no Rio Grande do Sul aumentou, graças à paralisação dos abates do frigorífico Frigonal, do grupo Wal-Mart.
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