Despencam as exportações de couro

As pressões baixistas sobre o couro verde se intensificam. Apesar da lentidão dos abates, os curtumes afirmam que está sobrando matéria-prima no mercado, em função da morosidade das vendas. China e Estados Unidos estão comprando menos. E a Europa já está paralisando os pedidos, pois julho é mês de férias. De fato, as exportações estão despencando. Retomaremos esse assunto adiante. E a frouxidão cambial também incomoda os curtumes. Depois de dois “Graus de Investimento” seguidos, o câmbio rompeu o piso de R$1,65 por US$1,00. Tem quem acredite que o limite é R$1,60. Outros falam em R$1,50. De toda forma, muito ou pouco, o dólar deve recuar ainda mais. Assim, os compradores trabalham por mais um ajuste de R$0,10/kg para o couro verde. Resta saber o grau de resistência dos frigoríficos, uma vez que o boi gordo segue em forte ritmo de alta. BRASIL EXPORTA 25% MENOS COURO Não é que as exportações estejam em queda. Elas estão despencando. Em maio, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil exportou 29,10 mil toneladas de couro, com faturamento de US$182,10 milhões. Em relação a maio de 2007, quando os embarques totalizaram 36,30 mil toneladas, com receita de US$199,34 milhões, houve recuo de 20% em volume e 9% em faturamento. No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano foram exportadas 139,43 mil toneladas, no valor de US$897,79 milhões. O recuo, em relação ao mesmo período de 2007, foi de 25% em volume e de 4% em faturamento. A produção está em queda, isso é fato. Para 2008, a Scot Consultoria estima uma retração de 7% na disponibilidade de couro verde no mercado, em relação a 2007. Portanto, não é possível creditar os 25% de queda das vendas externas apenas ao ajuste produtivo. Preço e câmbio têm, realmente, atrapalhado bastante.
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