A volatilidade do câmbio, observada nos últimos dias, tem atrapalhado os negócios no mercado do couro.
Isso porque existe uma correlação alta entre o dólar e a cotação doméstica do couro, uma vez que, do total produzido, mais de 80% é exportado.
Desde o início do ano, o dólar variou entre R$1,736 e R$1,830. Na alta, os vendedores tentam reajustar o preço do couro. Na baixa, observa-se maior pressão dos compradores por recuos.
A dificuldade em se visualizar uma tendência para o câmbio, seja de alta, de baixa ou mesmo de estabilidade, é o principal problema.
Os contratos de dólar negociados no mercado futuro indicam um movimento de alta, ainda que não muito expressivo. Veja a figura 1.
Para outubro de 2008, a expectativa é de dólar na casa dos R$1,910, ou seja, com reajuste de 4,68% em relação ao último fechamento (23/01).
Uma possível recessão nos Estados Unidos poderia levar à fuga de dólares aplicados no Brasil e em outras economias emergentes. Conseqüentemente, o câmbio reagiria. Mas ao mesmo tempo, a queda das taxas de juros nos Estados Unidos, diante dos juros elevados do Brasil, ainda deve ajudar a atrair dinheiro estrangeiro para cá.
Resta esperar para ver.
SEBO
A perspectiva para o sebo bovino é mais favorável.
O segmento de higiene e limpeza consome, por ano, cerca de 90% de todo o sebo disponível no mercado. Entretanto, com a obrigação de utilização de biodiesel, e forte aumento das cotações dos óleos vegetais, a demanda por sebo para produção de combustível pode crescer.
Esse “novo” mercado deve ser mais um ponto de sustentação para os preços do sebo, que apresentaram alta de 97% entre janeiro de 2007 e janeiro de 2008. Ou seja, praticamente dobrou de patamar.
A menor oferta de sebo, resultado da retração dos abates e do rebanho bovino, esperada para 2008, corrobora com esse cenário.
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