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Carta Boi - Mais vacas abatidas em 2011


Quinta-feira, 29 de março de 2012 - 12h25

A carne bovina é um produto com ciclo de produção de mais de quarenta meses, da gestação à idade de abate.

A manutenção de uma vaca no pasto é um risco, um investimento do pecuarista, que poderia tê-la vendido, considerando que este é um ativo de alta liquidez. Gado é sinônimo de dinheiro em caixa (em maior ou menor quantidade, dependendo do mercado).

Quando o preço da cria não está atraente, entre outras razões, aumenta a participação de fêmeas nos abates. Este aumento pressiona o mercado do boi gordo e caracteriza a fase de baixa do ciclo de preços.

Os bezerros de hoje
Os bezerros que estão sendo desmamados atualmente são filhos de vacas que emprenharam no final de 2010. Estas vacas poderiam ter ido para o gancho nos preços recordes de novembro daquele ano.

Quem não as abateu apostou na venda dos bezerros. Ainda assim, a tentação dos preços dos animais terminados acabou levando mais fêmeas para o gancho naquele mês.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na comparação de novembro de 2010 com novembro de 2009 o abate de vacas sob inspeção aumentou 6,8%, enquanto os abates de bois caíram 4,7%.

Naquele mês, as vacas compuseram 35,0% da soma de bois e vacas, nos abates inspecionados. Desde o mês anterior, outubro de 2010, a participação de vacas nos abates tem aumentado, em relação ao mesmo período do ano anterior. Veja a figura 1.


































A última vez que isto ocorreu foi em meados de 2002 e deu início ao aumento na participação de fêmeas nos abates. Isto acabou pressionando as cotações. Veja a figura 2.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


Em 2011 as vacas compuseram 38,8% dos abates (bois e vacas), aumento de 3,9 pontos percentuais em relação a 2010. O primeiro aumento desde 2006. A figura 2 deixa no ar uma questão. Como a participação aumentou mesmo com preços do boi firmes? Preços maiores e mais fêmeas no gancho? O aumento dos custos pode ser uma explicação. Veja a figura 3.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


Nos anos em que os custos variam acima dos preços do bezerro, há um desestímulos em função da pressão negativa sobre o lucro da atividade. O abate de fêmeas aumenta. Figura 3.

Em 2011 o custo subiu mais que o preço do bezerro e pode explicar o descarte de fêmeas que aconteceu. A boa oferta de bezerros atual, associada ao aumento na participação de fêmeas nos abates deixa mais próxima a possibilidade de estarmos na fase de baixa do ciclo de preços.

Diante deste quadro, estamos no momento de dimensionar investimentos, com base na possibilidade, dos preços da arroba do boi gordo vindouros não serem tão atraentes como nos últimos anos.



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