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Mais um ano de crescimento no rebanho


Quarta-feira, 9 de novembro de 2011 - 17h08

Segundo a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM 2010), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rebanho bovino brasileiro chegou a 209,54 milhões de cabeças ao final de 2010, crescimento de 2,1% em relação a 2009. Entre as grandes regiões, o maior incremento absoluto ocorreu no Centro-Oeste, 1,90 milhão de cabeças (2,7%). A região abriga 72,56 milhões de bovinos. Deste crescimento, o Mato Grosso foi responsável por 1,40 milhão de animais, o que equivale a 5,1% do rebanho do estado. Em termos relativos, o maior crescimento foi na região Norte. O aumento de 4,1% equivale a 1,66 milhão de animais. Apenas no Sul do país houve ligeiro recuo (-0,1%) no efetivo bovino, entre 2009 e 2010. Tanto a manutenção nos estados do Sul, como o aumento menor do rebanho na região Sudeste podem ser atribuídos, em boa medida, à pressão de outras atividades agrícolas. O custo de oportunidade imposto pela agricultura e arrendamentos acaba deslocando a pecuária, cuja rentabilidade normalmente é menor, para outras áreas. Veja na figura 1 as variações do tamanho do rebanho por região nos últimos 11 anos. Observe como a taxa de crescimento anual da região Norte foi superior à das demais regiões, principalmente no início da última década. Em 2000 o rebanho da região Norte correspondia a 14,4% do efetivo nacional. Em 2010 equivalia a 20,1%. Veja também que a retração em 2007 foi superior à das demais regiões. A isto pode ser atribuído à composição do rebanho do Norte do país, onde a cria é mais expressiva que no Sudeste, por exemplo. Nas fronteiras, os pioneiros fazem cria ou ciclo completo, por que não há de quem comprar animais para reposição. Embora a pecuária não seja tão recente nessas regiões, tal característica prevalece. Com a maior participação de vacas no rebanho da região Norte, o aumento do abate de matrizes, devido à fase de baixa do ciclo, causou maior diminuição no número efetivo de bovinos nessas áreas, em comparação com o restante do país. O rebanho do Centro-Oeste, pelo mesmo motivo, também teve queda acentuada em 2007. A pressão ambiental foi outro fator que colaborou para a diminuição da taxa de crescimento do rebanho da região Norte. Nos últimos anos o rebanho nacional tem aumentado, devido à retenção de fêmeas, que vem ocorrendo desde 2007. A maior participação de vacas e novilhas nos abates do primeiro semestre poderia indicar uma inversão na tendência de crescimento. No entanto, em 2003 ocorreu aumento na participação de fêmeas nas escalas dos frigoríficos em relação a 2002 e ainda assim, o rebanho cresceu 4,6% em 2004 e 1,3% em 2005, na comparação com os anos anteriores. Embora a disponibilidade atual de animais para abate não reflita aumento de rebanho, o mercado de reprodução aquecido corrobora com um efetivo maior de fêmeas. DISTRIBUIÇÃO DO REBANHO EM 2010 Na figura 2 está a distribuição do rebanho por região. Os maiores efetivos estão no Norte e Centro-Oeste. Juntas, tais regiões compõem 54,7% do rebanho total. Na tabela 1 estão os rebanhos estaduais em 2010. Desde 2004, quando passou o Mato Grosso do Sul, o rebanho do Mato Grosso é o maior do país. Ao final de 2010 representava 13,7% do nacional. Veja a tabela 2. A título de comparação, a soma dos nove maiores efetivos municipais brasileiros, 10,24 milhões, é 3,3% maior que o rebanho neozelandês (9,92 milhões), quinto maior exportador de carne bovina em 2010, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Para alcançar o rebanho do sexto maior exportador, o Canadá, precisamos de 13 municípios. O rebanho desses municípios soma 13,11 milhões, 1,6% maior que o canadense, de 12,9 milhões. Comparando ao rebanho do vizinho Uruguai, sétimo maior exportador, a soma dos doze maiores rebanhos municipais é 5,0% maior que o do país, que é o sétimo maior exportador. O potencial não é difícil de enxergar. Difícil é fazer entenderem que produzir alimentos para sete bilhões de pessoas não se faz apenas com hortas.
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