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OECD/FAO: expectativas para as carnes na próxima década


Terça-feira, 9 de agosto de 2011 - 15h21

Anualmente, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgam projeções para os próximos dez anos para as atividades agrícolas e pecuárias no mundo. O relatório aborda pontos como produção, exportação e consumo das principais commodities agrícolas. Recentemente as organizações citadas divulgaram o relatório com as projeções atualizadas para 2011 a 2020. Nesta análise, apresentaremos alguns aspectos contidos na publicação para as carnes bovina, suína, de frango e ovina no mundo. Produção A previsão da OECD/FAO é de que o aumento da produção deverá ocorrer predominantemente nos países em desenvolvimento, que serão responsáveis por 79% da produção adicional global das carnes citadas. O crescimento ocorrerá principalmente para as carnes de aves e suínos, que se beneficiarão de ciclos de produção mais curtos e melhores conversões alimentares. Ainda segundo as organizações, a próxima década será marcada por preços firmes para os alimentos (grãos), o que obrigará os sistemas que dependem diretamente deste insumo a serem cada vez mais eficientes. Para a bovinocultura, sistemas que exploram forragens terão seu uso ampliado, ao passo que os que utilizam grãos serão obrigatoriamente mais produtivos. Consumo O aumento no consumo de proteínas de origem animal ocorrerá de maneira generalizada, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. Destacam-se a Ásia e a América Latina, que serão responsáveis por 74% do crescimento mundial para a próxima década. Figura 2. Como se pode notar, mais uma vez os países em desenvolvimento terão papel fundamental. A OECD e a FAO apontam que o envelhecimento da população e a preocupação com danos causados pela produção de carne ao meio ambiente serão responsáveis pelo menor aumento do consumo nos países desenvolvidos. Por outro lado, a melhoria de renda e a crescente urbanização serão pontos que levarão ao maior consumo nas economias emergentes, elevando o consumo médio mundial. Comércio mundial Para a próxima década, a expectativa é de que o comércio internacional de carne cresça a uma taxa de 1,8% ao ano, frente a um crescimento de 2,9% na década passada. Tal crescimento será liderado por Brasil, EUA e Canadá. As Américas do Norte e do Sul serão responsáveis por 84% do crescimento das exportações nos próximos dez anos. Veja a projeção na figura 3. Apesar do aumento do consumo interno, reflexo da melhoria de renda, as exportações brasileiras crescerão, consolidando a liderança do país no comércio internacional de carnes. A pecuária brasileira usufruirá das vantagens da criação a pasto, frente ao aumento dos custos com alimentação. Para os EUA, apesar da recuperação das exportações além dos níveis anteriores aos de 2004 (quando ocorreram casos de vaca louca, afetando os embarques), o forte ritmo das importações tende a manter a balança comercial de carnes do país no negativo. As exportações da Austrália, outro importante participante, deverão permanecer estáveis, em virtude da estagnação do rebanho, ao passo que na Argentina o comércio ainda deve sentir os efeitos das intervenções estatais. Considerações finais Como resumo das expectativas da OECD/FAO, temos que: - A próxima década será marcada por altos custos de alimentação, em um cenário de demanda firme por carne, especialmente nos países em desenvolvimento; - O crescimento da produção virá do aumento de produtividade, principalmente para as carnes de frango e suína, também nos países em desenvolvimento; - O crescimento do consumo de carnes ocorrerá de maneira mais lenta do que nos últimos dez anos, em razão de preços mais altos e menor crescimento populacional; - Puxado pelas carnes de frango e bovina, o comércio internacional de carnes crescerá 1,8% ao ano. Tal ritmo também será inferior ao observado na última década, fato atribuído, em parte, à redução das compras por parte da Rússia, que busca minimizar sua dependência do mercado internacional. Por fim, vale ressaltar que uma série de fatores macroeconômicos podem alterar estas estimativas, sendo necessário um acompanhamento periódico desses mercados, a fim de atualizar a conjuntura e as projeções indicadas.
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