Volume de carne bovina exportada é o menor desde 2004
As exportações de carne bovina não vão bem com relação ao volume embarcado.
O volume exportado tem ligação direta com a disponibilidade, mercado interno e preço do boi e da carne.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), de janeiro a maio de 2011, o Brasil exportou 697,77 mil toneladas equivalente carcaça (tec), com faturamento de US$2,16 bilhões.
Durante o mesmo período de 2010, o volume embarcado foi de 814,65 mil tec, com o faturamento de US$1,95 bilhão.
Em relação ao ano passado, o volume exportado caiu 14%, mas o faturamento subiu 11%.
Na figura 1 está o volume exportado de janeiro a maio nos últimos dez anos.
O atual volume é o mais baixo dos últimos sete anos.
O recorde ocorreu em 2007, quando foram embarcadas 1,15 milhão de tec, ou 66% mais que em 2011.
Por outro lado, o alto preço médio da carne exportada fez com que, mesmo diante da queda no volume, o atual faturamento (US$2,16 bi) seja o maior já registrado para o período.
O que possibilita este cenário é o alto preço da carne no mercado internacional. O preço médio da carne exportada, de janeiro a maio, foi de US$3.097,38 por tonelada. Pela primeira vez o preço médio da tonelada de carne exportada ultrapassou os US$3 mil.
Fator Rússia
A Rússia é o principal cliente da carne brasileira e o anúncio do embargo ao produto brasileiro traz preocupação.
Porém, ao que tudo indica, a medida trará menor efeito sobre as exportações de carne bovina, já que a maioria das plantas impedidas de comercializar com o país produzem carne de frango ou suína.
Além disso, os frigoríficos, especialmente os maiores, são capazes de direcionar a produção para plantas que não sofreram bloqueio.
Analisando o histórico dos embargos russos, temos que os impasses são, geralmente, resolvidos no curto prazo.
A questão gira entorno dos estoques russos e até quando as compras podem ser reduzidas.
Um fator que poderá ter maior conseqüência sobre o mercado da carne bovina diz respeito ao mercado doméstico, reflexo da maior disponibilidade interna das carnes de frango e suína, a preços competitivos, induzindo à substituição de consumo.
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