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Scot Consultoria

A conta que não fecha


Quarta-feira, 14 de outubro de 2009 - 11h47

O Brasil é o país do futebol. Não só pelos feitos da nossa seleção, mas também pelo fato de contarmos com pelo menos 180 milhões de técnicos. Todo brasileiro sabe escalar o time, montar o esquema tático, fazer as substituições e administrar os estrelismos. Só os técnicos de verdade é que parecem, às vezes, não saber. No que diz respeito à preservação do meio ambiente, também temos os nossos 180 milhões de especialistas (ecologistas, ambientalistas e outros “istas”). Todo mundo sabe o que precisa ser feito para manter as florestas em pé e a fauna preservada. Só o produtor rural, que está lá, no campo, parece que não sabe. Há momentos, porém, em que os especialistas ou experts de plantão dão sinais bastante claros de terem faltado às aulas de matemática. Dedicação excessiva às ciências biológicas, mediante descaso total às exatas. Vejam só: - De acordo com a FAO (órgão das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), o mundo crescerá a taxas de 3 a 4% ao ano, sendo 6% para os países em desenvolvimento (consumidores mais abonados se alimentam melhor, considerando volume e variedade). Não bastasse, o fluxo migratório do campo (onde se produz para subsistência) para as cidades (onde aumenta a necessidade de compra) vai se intensificar. - De acordo com a CIA (a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos), a produção mundial de alimentos terá que aumentar 50% ate 2030, para atender à demanda de uma população com acréscimo de 1,2 bilhão de habitantes, sendo 440 milhões a mais na “classe média global”. - Ainda de acordo com a CIA, a oferta de combustíveis fósseis vai diminuir e os preços, contando também com a instabilidade nos países fornecedores, deverão subir. A saída está em fontes alternativas. Em outras palavras, teremos que tirar da terra mais alimentos e energia. É uma oportunidade real para o Brasil em termos de geração de divisas, emprego e renda. Não se trata de uma promessa, como o petróleo do pré-sal. Já está acontecendo. O problema é que, para os nossos experts, não podemos mais criar, pois a pecuária é uma grande emissora de gases de efeito estufa, que promove o desmatamento e o trabalho escravo. Plantar nós até podemos, mas sem o uso de defensivos, fertilizantes químicos e organismos geneticamente modificados (voltemos ao tempo dos Incas, Astecas e Maias). Produzir energia definitivamente não pode. Pois a terra, de acordo com o Movimento dos Trabalhadores (trabalhadores???) sem Terra – MST, deve ser usada para a produção de alimentos, ou seja, nada de madeira, carvão, etanol e... laranja. Sim, de acordo com a cartilha do MST, laranja não é alimento. Essa conta fecha? – Óbvio que não. Qualquer jacu que sabe somar dois mais dois percebe que não. E qual é o resultado desse festival de baboseiras? - Ações do tipo “Segunda sem Carne” (justamente no estado que é o maior consumidor, segundo maior produtor e maior exportador de carne bovina); pactos privados contra a compra de bovinos provenientes de áreas desmatadas (apesar do extremo rigor da legislação ambiental vigente e do Brasil ser o único grande exportador de commodities que ainda tem mais de 50% do território coberto por florestas); barreiras legais ao avanço da produção de cana de açúcar (os governos do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul já estão contabilizando os prejuízos); e por aí vai. Alguém me convença de que esse é o caminho para construirmos um país mais justo, mais rico e com mais oportunidades para os seus cidadãos. Mudando de assunto Já estão abertas as inscrições para o I Encontro Pecuária Competitiva: Gestão, Tecnologia e Lucratividade. A programação está caprichada, sendo que as apresentações, dez no total, foram divididas em painéis: painel mercado, painel gestão, painel novas formas de comercialização, painel tecnologia e painel sustentabilidade. Anotem aí em vossas agendas: 2 a 4 de dezembro, no campus da UNESP, em Jaboticabal – SP.
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