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Scot Consultoria

Carne brasileira para a Indonésia


Quarta-feira, 19 de agosto de 2009 - 12h20

A Indonésia é o maior país mulçumano do mundo, com grande potencial importador. O mercado da Indonésia é quase que exclusivamente atendido pela Austrália. Com esse anúncio, vamos cutucar a onça com vara curta, pois os australianos certamente vão gostar nada disso. O anúncio A Indonésia liberou as exportações de carne bovina in natura de cinco frigoríficos brasileiros. O anúncio foi resultado de missão técnica da Indonésia, ocorrida em maio de 2008, em que foram verificadas as garantias sanitárias relativas ao controle da febre aftosa e as condições de abate de bovinos no Brasil. A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) encaminhou, recentemente, documentação que sustenta as garantias da certificação feita pelo serviço veterinário brasileiro, incluindo informações sobre estrutura, situação do País com relação a saúde animal e saúde pública e controles relacionados. Recentemente, uma portaria ministerial indonésia autorizou a importação de animais e produtos animais provenientes de países com áreas consideradas livres de febre aftosa. Segundo a Secretaria Defesa Agropecuária, a Indonésia é um país bastante restritivo em relação às exigências para aquisição de carne bovina e, até este anúncio, não estavam autorizadas as importações de produtos procedentes de áreas livres de febre aftosa. Onde fica A República da Indonésia é um grande país localizado entre o sudeste asiático e a Austrália. É o maior arquipélago do mundo, as Ilhas de Sonda, e ainda a metade ocidental da Nova Guiné. Tem fronteiras terrestres com a Malásia, em Bornéu, com Timor-Leste, e com a Papua-Nova Guiné; e marítimas com as Filipinas, Malásia, Singapura, Palau, Austrália e com o estado indiano de Andaman e Nicobar. A localização entre dois continentes, a Ásia e a Oceania, faz da Indonésia uma nação transcontinental, com uma extensão territorial 1.919.440 km2. A capital é Jacarta. População Possui uma população de 237,512. milhões de habitantes (CIA, 2008), é o quarto país mais populoso do mundo e o primeiro entre os países islâmicos. Cerca de 47,1% da população do país reside na área urbana, e os outros 52,1%, na área rural. Economia A economia indonésia é marcada pela presença da agricultura de pequenos proprietários, comércio, indústria manufatureira, exploração de petróleo, gás natural e outros recursos minerais. O país apresenta o mais significativo crescimentos no plantio da palma, palmeira responsável pela produção do óleo comestível com o mais significativo crescimento de demanda na indústria de alimentos; além da palma, têm suas exportações dependentes sobretudo de produtos tropicais tais como borracha, cacau, pimenta e coco. Até o início da década de 90, o setor agrícola absorvia cerca de metade da força de trabalho do país cultivando principalmente arroz, mandioca e milho para o consumo interno. Café, chá, borracha, óleo de dendê e pimenta para exportação. O país se destaca por ser o maior produtor de petróleo do Sudeste Asiatico, porém a produção do produto vem diminuindo, o que levou o Governo do país a sair da OPEP. Em resumo, a econômia deste país encontra-se em fase de desenvolvimento, beneficiando da sua posição privilegiada no seio de instituições internacionais como a ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), a ESCAP (Comissão Económica e Social para a Ásia e o Pacífico). Os principais parceiros comerciais da Indonésia são o Japão, EUA, Malásia, Singapura, Austrália e a Alemanha. Agricultura O país possui um grande mercado doméstico, e deve atender à grande parte da demanda doméstica por alimentos e não pode ser voltada apenas para produtos de exportação. Embora predominem consumidores de baixa renda, o tamanho da população indonésia, determina um grande potencial de crescimento da demanda do mercado de alimentos. Com a população do país, sendo na sua maioria mulçumana, a questão cultural, atrelada aos padrões do Halal, a torna bastante exigente com relação a preparação dos alimentos, provocando alterações no padrão de consumo, tornando o consumidor mais exigente. A organização agrária no país é dividida em produtores comerciais, grupo com um nível mais elevado de industrialização da cadeia produtiva, com destaque para a palma, e agricultores familiares de subsistência. Os produtos fornecidos pela agricultura de subsistência são principalmente o arroz, a soja, o milho, o coco e os legumes. Entre1990 e 2005, culturas como soja e cana-de-açúcar, tiveram pouca expansão, e até queda de área. Entre os grãos, a produtividade do arroz tem permanecido estável, enquanto o milho teve aumento. No caso da borracha e do cacau, a produtividade tem permanecido estável durante o período, assim como no caso da palma. A soja teve sua demanda aumentada atrelada à expansão do setor de frango, já que o grão é utilizado para alimentar as aves. Na pecuária indonésia, entre 1990 e 2005 houve um leve aumento no abate bovino e na produção de leite do país. O frango, porém, tem crescido de forma significativa durante o mesmo período, com expansão de 0,5 milhão de toneladas para 1,4 milhão de toneladas. A cadeia pecuária na Indonésia A pecuária na Indonésia se fundamenta em pequenos produtores, cerca de 80% da exploração de bovinos no país é realizada dessa forma. Gastos com insumos são quase nulos e a mão de obra predominante nesse tipo de sistema é a familiar, determinando uma atividade pouco tecnificada. O sistema misto de agricultura e pecuária é o mais encontrado. Entre os anos de 1980 e 1990, o número de animais no país aumentou 30%, com uma taxa de crescimento anual média em torno de 4,4%, sendo a Austrália principal responsável por esse crescimento, já que a Indonésia importa animais do país desde a década de 70. Entretanto, a partir de 1990, apresentou taxa de crescimento negativa, 0,2% a.a. Atualmente, o país possui um rebanho aproximado de 13,7 milhões de cabeças entre bovinos e bubalinos. A participação do setor no PIB do país tem aumentado significativamente, em 1969 correspondia a cerca de 6%, em 2001, a participação da pecuária no Produto interno Bruto do país, aumentou para 11%. Terras A exploração das terras são geralmente voltadas para a agricultura, sobrando uma pequena porção para desenvolver a atividade pecuária, sendo assim os agricultores preferem aves e suínos, que são vendidos para satisfazer as necessidades domésticas. A produção de carne de frango cresceu de forma significativa entre 1990 e 2005. Uma expansão de 0,5 milhão para 1,4 milhão de toneladas produzidas. Esse crescimento que poderia ter sido maior, não fosse a gripe aviária. No setor pecuário, as carnes bovina e suína apresentam produção relativamente estável, com um leve aumento no abate bovino entre 1990 e 2005. A produção de leite seguiu tendência semelhante, com um leve aumento durante o mesmo período. As melhores terras, com maiores índices pluviométricos, são cultivadas com arroz e com milho. Apenas 6% da área com exploração agrícola, é destinada a pecuária. A balança comercial do setor pecuário O gado no país é uma exploração secundária para suprir as receitas no caso de frustração de safra . Durante os últimos anos, a Indonésia tem experimentado um crescimento econômico significativo, isso fez com que aumentasse o poder aquisitivo e isso gerou um aumento de demanda por produtos diferenciados, entre eles a carne bovina. Os índices zootécnicos são muito baixos, com queda na oferta de gado para a indústria local em função da retração do rebanho. Tal fenômeno fez com que o país procurasse parceiros comerciais para importar carne, cujo consumo cresce no sentido oposto ao do rebanho. O consumo per capita está em 4,3kg por ano. A balança comercial do setor pecuário, tem apresentado déficit ao longo dos anos, resultado da falta de oferta do mercado interno, em um cenário de demanda crescente. A Austrália tem fornecido gado da raça Brahman ao país, já que o governo indonésio tem dado início ao incentivo da exploração de sistemas de confinamento para atender o mercado consumidor. Além de animais em pé, a Austrália é um importante fornecedor de carne industrializada . Nos últimos três anos o consumo de grãos tem perdido importância na dieta da população indonésia, enquanto o consumo de carnes cresceu. Final A indústria frigorífica no país, sofre limitações com, a infra-estrutura rodoviária incipiente, com altos custos de transporte, e um mercado varejista e atacadista ainda desorganizado nos centros urbanos. Apesar do rigor das regras de importação o controle sanitário é deficiente. As políticas agrícolas foram descentralizadas em 2001, inibindo os investimentos, devido à proliferação de políticas estaduais que elevaram os impostos. O setor sofre não só com problemas de infra-estrutura, sofre também com problemas de tecnologia e de gestão deficiente. A pecuária de leite é outra atividade que, da mesma forma, não atende a demanda interna por produtos lácteos. Apenas 40% do leite consumido no país é proveniente de produção própria, o restante é importado.
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