O Brasil é um país pecuário. Nos últimos anos, se consolidou como o principal player do mercado mundial de carne bovina. Alimenta o mundo e incomoda os concorrentes.
No entanto, a real dimensão da pecuária nacional é uma grande incógnita. Os números variam significativamente, de acordo com a fonte. Vamos a alguns exemplos:
1. Produção brasileira de carne bovina em 2006:
USDA: 8,85 milhões de toneladas equivalente carcaça*
FAO: 8,75 milhões de toneladas equivalente carcaça*
CONAB: 10,63 milhões de toneladas equivalente carcaça
Variação entre mínimo e máximo: 1,88 milhão de toneladas equivalente carcaça, mais do que a produção total da Rússia.
2. Rebanho bovino brasileiro em 2006:
USDA: 173,82 milhões de cabeças*
FAO: 207,00 milhões de cabeças**
CONAB: 209,23 milhões de cabeças
IBGE: 207,16 milhões de cabeças**
Variação entre mínimo e máximo: 35,41 milhões de cabeças, o equivalente a 27% mais do que o rebanho da Austrália, segundo maior exportador mundial.
3. Exportação brasileira de carne bovina em 2006:
USDA: 1,95 milhão de toneladas equivalente carcaça*
FAO: 1,70 milhão de toneladas equivalente carcaça*
CONAB: 2,18 milhões de toneladas equivalente carcaça
ABIEC: 2,59 milhões de toneladas equivalente carcaça
Scot Consultoria (base MDIC): 2,29 milhões de toneladas equivalente carcaça
Variação entre mínimo e máximo: 890 mil toneladas equivalente carcaça, mais do que a exportação total da Índia, que hoje é o terceiro maior exportador mundial.
4. Consumo nacional de carne bovina em 2006:
USDA: 6,94 milhões de toneladas equivalente carcaça*
FAO: 7,08 milhões de toneladas equivalente carcaça*
CONAB: 8,27 milhões de toneladas equivalente carcaça
Variação entre mínimo e máximo: 1,33 milhão de toneladas equivalente carcaça, mais do que o consumo de carne bovina do Japão.
Veja a síntese das comparações na tabela 1.
No entanto, alguns fatores, independentemente da fonte, não se discutem. Dentre eles, destacam-se:
O Brasil é o maior exportador, segundo maior produtor e terceiro maior consumidor de carne bovina do planeta.
Nossa capacidade produtiva está longe de ser alcançada, bem longe. Se a taxa de lotação média nacional estivesse próxima de 6 UA/ha, caberia todo o rebanho bovino do mundo dentro do Brasil, sem necessidade de expansão de área.
A expansão da agricultura sobre áreas de pastagem, portanto, não é uma ameaça à produção nacional de carne bovina. É uma oportunidade para se trabalhar com uma pecuária mais tecnificada e, consequentemente, mais eficiente em termos econômicos, produtivos e comerciais.
A nossa cadeia produtiva é extremamente competitiva. Os elos estão se profissionalizando rapidamente e não titubeiam frente a novos desafios, apesar de viverem “batendo cabeça”. O próximo passo agora é aprenderem a trabalhar de forma mais coordenada e menos conflituosa.
<< Notícia Anterior
Próxima Notícia >>