Mercado firme para o milho
Quinta-feira, 23 de novembro de 2006 - 20h03
Desde o início de outubro, as cotações do milho subiram cerca de 27,50%, considerando a média Brasil. Comparando os preços atuais com a média da saca de novembro passado, a alta acumulada chega a 41%, considerando as principais praças do País.
O milho, que desde meados de 2003 não esboçava nenhuma reação em termos de preço, volta a ser destaque entre as atividades agrícolas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no seu primeiro levantamento para a safra 2006/07, constata que a área plantada com milho tende a diminuir entre 0,4% e 1,7%. Mas em função da constante valorização do produto, as estimativas deverão ser calibradas.
O que mais tem favorecido a valorização do grão, sem desconsiderar o efeito dos ciclos de preços característicos de commodities agrícolas, é o aumento expressivo da demanda por matéria-prima para a produção de biocombustíveis.
No Brasil a principal fonte de etanol, quase que exclusiva, é cana-de-açúcar, que tem trazido investimentos contínuos e significativos para o País, aquecendo a economia. Mas em outros países, como
nos Estados Unidos, é basicamente a partir do milho que o etanol é produzido.
Os Estados Unidos pretendem duplicar a produção de etanol até 2011. Atualmente produzem 4,8 bilhões de galões e pretendem chegar em 8,5 bilhões em 2011. Tamanho aumento na produção exigirá um crescimento da disponibilidade de milho para este fim: de 54,6 milhões de toneladas para 90 milhões de toneladas.
O milho, anteriormente exportado, tende a permanecer no país. Como a produção norte-americana é responsável por aproximadamente 70% das exportações mundiais, outro fornecedor deverá tomar o lugar dos Estados Unidos no fluxo internacional do grão: sobrará espaço para o Brasil e para a Argentina.
Os produtores do grão estão atentos ao novo cenário e muitos já comprometeram a entrega do milho que ainda nem começou a ser plantado.
Além disso, produtores de aves e suínos (atividades que mais demandam milho no Brasil) também se previnem comprando o grão hoje, para ser entregue no próximo ano.
Mercado firme e promissor para o milho.
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