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Scot Consultoria

Bagaço de cana-de-açúcar


Quinta-feira, 5 de outubro de 2006 - 21h50

  • O bagaço da cana-de-açúcar é um subproduto gerado a partir do processo de extração do caldo, seja para a produção de açúcar ou de álcool. Tem como principal característica o seu teor de fibra, sendo a quantidade de bagaço obtida por unidade de massa de cana dependente deste teor. Segundo levantamento do IDEA (Instituto de Desenvolvimento Agroindustrial), feito em 2002, naquele ano, o teor médio de fibra para as usinas paulistas girava em torno de 12,8 %, já para o Nordeste esse valor era de 15,6 %. O valor depende da espécie de cana de açúcar que é plantada e do número de cortes.
  • É considerado um subproduto nobre comparado aos outros resíduos da agroindústria, sendo utilizado para a geração de calor para os processos de industrialização do açúcar e do álcool. Com o desenvolvimento da máquina a vapor, seu uso intensificou-se e o conceito de co-geração, entendida como sendo a aeração conjunta de calor e trabalho, se desenvolveu paralelamente às inovações tecnológicas.
  • Conforme CORTEZ et al. (1992), 1 tonelada de cana quando moída gera, aproximadamente, 250 kg de bagaço, revertido em energia calórica isso representa o equivalente a 560 mil kcal. Essa mesma quantidade de cana produz 70 litros de álcool que proporciona em torno de 392 mil kcal de energia, ou seja, existe mais energia embutida no bagaço da cana do que no álcool isoladamente.
  • Entretanto, segundo RODRIGUES (2001), são retirados 240 kg de bagaço de uma tonelada de cana. Esse volume, com o atual modelo tecnológico de equipamentos para co-geração empregado nas usinas brasileiras, proporciona o equivalente a 70kW/h de energia. Destes, 20kW/h são utilizados para gerar vapor e movimentar as máquinas que compõem toda a usina, cerca de 10kW/h são perdidos e o restante simplesmente não é aproveitado. Existem estudos que consideram o rendimento de bagaço da cana como sendo de 300kg de bagaço/tonelada.
  • Atualmente, estima-se que sejam geradas cerca de 60,7 milhões de toneladas de bagaço de cana por safra, só em São Paulo. No Brasil, a quantia ultrapassa 95 milhões de toneladas.
  • Comparando a queima do bagaço com combustíveis fósseis, esta é mais limpa e gera menor impacto ambiental, uma vez que quase não libera compostos com bases de enxofre, como SO2 ou SO3, relativamente comuns na queima de óleos combustíveis. Além disso, sua queima é lenta com baixa temperatura de chama, o que proporciona pouca formação de óxido nitroso.
  • São muitos os estudos realizados acerca da utilização do bagaço nas próprias usinas com finalidade energética, e apontam sempre para a ampliação dos sistemas de co-geração já instalados.
  • Segundo o Conselho Mundial de Energia, a construção de uma hidrelétrica pode demandar de 8 a 12 anos, e o custo do kW sai por US$2 mil (ABAG, 2001). Uma central nuclear demora o mesmo tempo para ser construída e o kW sai por US$4 a 5 mil.
  • A co-geração a partir do bagaço da cana tem um custo que varia entre US$600 e US$1,2 mil por kW, dependendo da potência das turbinas. As usinas de co-geração exigem um investimento relativamente baixo. Depois de instalada, praticamente não há despesa com combustível - que é o próprio bagaço da cana. Outra vantagem é que a energia produzida nas usinas não depende de linhas de transmissão e já entra direto na rede distribuidora com os níveis adequados de tensão. ___________________________________________________________________________ joão gabriel borzani da silva - é graduando em agronomia e colaborador da scot consultoria joaogabriel@scotconsultoria.com.br
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