Segundo estimativas da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), a produção de açúcar e álcool deve crescer na safra 2006/07. A produção está estimada em 375 milhões de toneladas na região Centro-Sul, frente aos 336,8 milhões da safra anterior. Crescimento de 11,32%.
A estimativa visualiza aumento na produção de açúcar e álcool hidratado, com recuo apenas para o álcool anidro.
De acordo com a Unica, a produção de açúcar deve chegar a 25,50 milhões de toneladas nesta safra, um aumento de 15,84% em relação às 22,01 milhões de toneladas da safra 2005/06. O principal incentivo para esse crescimento tem sido o preço favorável do açúcar no mercado externo, que no comparativo entre junho de 2005 e junho de 2006 (até dia 9), teve alta de 89,5% segundo dados do Cepea/Esalq.
No caso do álcool hidratado, o aumento deve ser de 22,98%, de 7,3 para 9 bilhões de litros. O álcool hidratado é utilizado como combustível, abastecendo carros a álcool e flexíveis (bicombustíveis).
A única retração fica por conta do álcool anidro, utilizado como aditivo na gasolina. A expectativa da produção é de 6,6 bilhões de litros, frente aos 7,01 bilhões da safra anterior. Queda de 5,88%.
A expansão no cultivo de cana-de-açúcar é resultado da demanda crescente no mercado interno e nas perspectivas de exportações também crescentes para os próximos anos.
De acordo com previsões do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil deve continuar como maior exportador de açúcar nos próximos 10 anos.
Além do mais, a participação do Brasil no mercado externo deve ser crescente, passando de 35% na safra 2003/04 para 59% na safra 2013/14.
Para o mercado de álcool, diante da expectativa de vendas aquecidas para carros bicombústíveis para os próximos anos, a demanda interna vai continuar em alta. Ainda de acordo com o Mapa, a participação dos carros flex nas vendas de automóveis, que deve chegar a 50% em 2006, pode alcançar 65% do total de vendas em 2013. Dessa forma, espera-se um aumento na demanda de álcool (anidro e hidratado) de 56% até 2013.
A intensificação de políticas ambientais, que objetivam o uso de combustíveis "ecológicos", e frente às sucessíveis altas na cotação do petróleo, inúmeros países planejam importar etanol brasileiro.
Existe também a previsão de aumento de investimentos estrangeiros na produção de etanol em solo brasileiro. Um exemplo disso é o Japão, que vai investir na produção brasileira como parte do acordo de implantação do sistema japonês de televisão digital no País.
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