Quarta-feira, 17 de abril de 2024

Protestos x gastos com agricultura

por Maria Gabriela Tonini

Terça-feira, 30 de maio de 2006 - 15h35

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PROTESTOS

Até a finalização desta edição, o governo não havia anunciado o pacote agrícola que aliviaria a situação agrícola do país. Será que vai aliviar?

De acordo com o Ministro da Agricultura, somente com o pacote, os problemas agrícolas não serão resolvidos, serão amenizados. A solução da crise depende da política econômica, especialmente a questão cambial e monetária.

Mesmo sem ter sido divulgado, o pacote agrícola deve incluir políticas estruturais (com ênfase em intempéries climáticas), plano de safra (maiores recursos para crédito de custeio e recursos mais baratos) e prorrogação de dívidas de investimentos.

Até que o acordo seja fechado, os protestos continuam a bloquear estradas, impedindo a passagem de cargas e emperrando o escoamento da produção.

No Paraná, depois de bloquear as estradas, os manifestantes mudaram a estratégia e rumaram para as áreas urbanas. O protesto incluiu bloqueio com tratores e sacas de grãos de estabelecimentos bancários e o fechamento do comércio, que está aderindo voluntariamente. GASTOS

A Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, divulgou os dados referentes aos gastos do dinheiro público com as renegociações da dívida do setor rural.

Entre 2000 e 2005, o Tesouro Nacional gastou R$ 9,1 bilhões com o financiamento de débitos agrícolas prorrogados a partir de 1995. A maior parte dessas despesas está atrelada à dívida mobiliária, à emissão e à venda de títulos dos programas de repactuação.

O estudo mostra que as despesas orçamentárias e os custos das renegociações aumentaram 14,80% desde 2002.

O auxílio agrícola que está por vir pode custar cerca de R$400 milhões anuais ao Tesouro Nacional.

No acumulado dos últimos cinco anos, com subsídios ao crédito e comercialização agropecuária, foram gastos R$26,7 bilhões.

Mesmo assim, o que se gastou entre 2003 e 2004 com agricultura e organização agrária corresponde a 1,0% das despesas governamentais. Entre 1995 e 1998 o valor destinado ao setor chegou a 2,0%.
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