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Scot Consultoria

Álcool polêmica à vista


Sexta-feira, 22 de junho de 2007 - 10h39

TRIBUTAÇÃO O porcentual de álcool autorizado para adição à gasolina é, atualmente, de 23%. Mas já está previsto o aumento para 25% a partir de 1º de julho. Entretanto, de acordo com as últimas pesquisas realizadas em postos de gasolina em São Paulo, tem tanque de carro sendo preenchido com 40% de gasolina e 60% de álcool, e não se trata de carro flex. Um dos motivos para a adulteração do combustível é driblar os impostos federais, que incidem separadamente sobre a gasolina e o álcool. Enquanto o derivado do petróleo paga 25% de ICMS, o álcool, que vem da cana-de-açúcar, no caso do carburante ou do hidratado, é tributado em 12%. O problema é que o álcool adicionado à gasolina é o anidro, isento de tributação, mas cujo preço nas usinas supera o do álcool hidratado. Além disso, a intensificação na fiscalização do transporte de álcool anidro das usinas para as distribuidoras dificulta sua adição indiscriminada. Deixando de lado o prejuízo para os donos dos carros (talvez isso explique em parte a corrida por carros com tecnologia flex, pois o risco de danos ao motor com combustível adulterado é minimizado), a discussão sobre essa mudança no porcentual de álcool adicionado à gasolina deve gerar polêmica entre usinas e distribuidoras. EXPORTAÇÃO Diante dos intensos investimentos no setor sucroalcooleiro, enquanto a demanda por açúcar e álcool apresentou crescimento mais moderado, houve um ajuste no mercado e os preços pagos aos produtores de cana iniciaram um movimento de baixa. Desde o início do ano o preço da ATR, cujo cálculo é vinculado ao preço do açúcar e do álcool, entre outros fatores, caiu 8% e não há perspectiva de recuperação no curto prazo. Existe, entretanto, um cenário otimista, caso a tarifa de importação que incide sobre o etanol pelos Estados Unidos seja retirada. Essa medida está em discussão, com alguns políticos norte-americanos contra e outros a favor. A tarifa tem como objetivo proteger os produtores locais de milho (grão utilizado para a produção do etanol nos EUA), porém, o principal argumento daqueles que querem a retirada da tarifa é: por que importar petróleo do Oriente Médio ou da Venezuela se podemos importar etanol do Brasil? Essa pergunta foi feita por um senador norte-americano à agência Dow Jones. Se a tarifa for retirada, o Brasil poderá se beneficiar dos projetos de adição de etanol à gasolina norte-americana, sobretudo em função da perspectiva de demanda de 36 bilhões de galões de etanol, enquanto que a produção para 2008 está prevista para 8,5 bilhões.
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