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Scot Consultoria

Após a votação do campo será permitido exportar mais trigo


Terça-feira, 2 de agosto de 2011 - 09h41

Daniel Scioli, governador da província de Buenos Aires, na Argentina, pediu a liberação para exportação de trigo. O governador tenta a reeleição e isso contribui para que o mesmo lute pelos agricultores, pois em Santa Fé os agricultores votaram na oposição. Quem anunciou esse pedido foram Julián Dominguez, Ministro da Agricultura e Amado Boudou, Ministro da Economia. Pediu Scioli. É por medo de que se repita na Província o fenômeno que ocorreu em Santa Fé, onde houve uma fuga de votos do campo para a oposição. Foi anunciado pelos ministros e candidatos Dominguez e Boudou. Críticas dos produtores. Ontem o Governo anunciou a liberação de 450 mil toneladas de trigo para exportação. O Governo argentino passou a regular as exportações de trigo e milho em 2006, tentando impedir altas dos preços no mercado interno. Os Ministros da Economia, Amado Boudou, e da Agricultura, Julián Domínguez, foram responsáveis por informar (via quadro negro) e se esforçaram para enfatizar que esta medida "não é improvisação." No entanto, a decisão se tornou conhecida após o resultado das eleições em Santa Fé, adversos ao Governo o voto do campo teve um impacto decisivo. Talvez por esse motivo e o medo de um efeito bumerangue, Cristina Kirchner, suspendeu ontem pela segunda vez e não há data para um plano para o campo. No entanto as medidas do governo fizeram com que muitos pecuaristas não conseguissem comercializar toda sua produção em 2010. Os resultados da eleição em Santa Fé preocuparam o governo, porque em áreas agrícolas foi notável o desempenho do candidato do PRO (Proposta Republicana), Miguel del Sel. Também preocupados com o efeito de desconforto do campo em Buenos Aires, onde se tenta a reeleição, na mesma segunda-feira o governador Daniel Scioli reclamou, quase em uma encenação, ao secretário de Comércio Interior Guillermo Moreno, que liberara 300 mil toneladas de trigo para exportação. Na conferência no pequeno cinema de Economia, Boudou insistiu: "Isto não é produto da improvisação. É uma medida que se toma após uma minuciosa análise técnica", comentou o candidato à vice-presidência. As 450 mil toneladas de trigo que serão enviadas ao exterior vêm das províncias de Entre Rios, Santa Fé e Buenos Aires. Domínguez estimou a produção do cereal este ano em 14,7 milhões de toneladas, que se somarão a 1,2 milhão de toneladas que foram excedente da safra anterior, o que totaliza 15,9 milhões de toneladas. Desse total, 6,5 milhões de toneladas são garantidas para o consumo interno e exportação de farinha, e outras 600 mil toneladas de sementes, disse. O movimento foi descrito como tardio e insuficiente pelas entidades do campo e da oposição. O que é certo é que o governo encerrou as exportações de trigo com a suposta intenção de não aumentar os preços internos da farinha e do pão. De acordo com o Instituto de Estatística de Mendoza, o preço dos produtos panificados e das massas aumentaram 20% no ano. O quilo de pão a $2,5 (peso), como assegura Moreno, é uma fantasia. Na Cidade de Buenos Aires é vendido a partir de $8,0. O pão também é um alimento importante na alimentação da população argentina, sendo até mais essencial do que para os brasileiros, e os preços não são tão acessíveis quanto o governo disse, não justificando as restrições na exportação. Dominguez não deixou de lançar algumas piadas políticas para a dirigente do campo. "A premissa dos dirigentes vai por outro lado, se critica sem piedade, mas fora das paixões políticas queremos dar previsibilidade aos produtores de que vai-se comercializar todo o trigo", disse ele. Clarín perguntou sobre o impacto da medida para os produtos panificados. "Não tem que ter nenhum impacto negativo no mercado", enfatizou Dominguez e Boudou agregou: "Isto se refere exclusivamente ao excedente exportável", o que significa que não deveria afetar as quase 7 milhões de toneladas de trigo para o mercado interno. Ironicamente (como é feito muitas vezes) Boudou declarou: "Infelizmente temos uma boa notícia, o governo argentino está garantindo a segurança alimentar." Fonte: Clarín. Por Alejandra Gallo. 27 de julho de 2011. Traduzido e comentado por Jéssyca Guerra, analista júnior da Scot Consultoria.
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