O complexo soja brasileiro sofre um processo de recessão. Um misto de preços baixos, dólar desfavorável e superprodução, apesar da quebra.
Tamanha é a crise que uma unidade de uma das maiores empresas de agronegócio e alimentos do país, foi fechada em agosto.
Na unidade de processamento de soja em Cuiabá (MT), somente o setor administrativo da empresa está em funcionamento. Normalmente as esmagadoras de soja paralisam as atividades no final do ano para manutenção. Na entressafra.
Mas nesse ano, com a demanda enfraquecida e volume reduzido da safra, resolveram antecipar a paralisação da beneficiadora.
Além desta, uma outra gigante do ramo fechou a unidade de esmagamento de soja em Paranaguá. A acanhada disponibilidade de oferta de grãos no Estado (devido à quebra de safra) e a dificuldade no transporte e impostos para buscar o grão em outros Estados provocou a paralisação da fábrica.
MILHO
A lentidão dos negócios com milho inibe a possibilidade de recuperação das cotações no curto prazo.
O volume do estoque de milho safrinha ainda é razoável, inibindo qualquer reação de preços. A colheita de produtos substitutos do milho (trigo e sorgo, por exemplo) pode pressionar ainda mais as cotações.
Daqui para frente, a oferta de outros concentrados tende a aumentar, com o avanço da safra de inverno. E no caso do trigo, o preço está muito próximo ao milho, o que pode dificultar ainda mais a comercialização do milho, especialmente no Sul do País.
Os produtores que estão colhendo, precisando de crédito para a próxima safra, provavelmente não irão armazenar os grãos para posterior comercialização. Com oferta elevada, os preços tendem a cair. No Sul o trigo é o que mais compete com o milho.
Já no Centro-Oeste, é a colheita do sorgo que pode influenciar negativamente os preços do milho, com o aumento da oferta de grãos em geral.