• Quinta-feira, 25 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

A relação entre grãos e petróleo


Quinta-feira, 30 de outubro de 2008 - 17h00

O efeito do aumento no preço do barril de petróleo causou alvoroço em todo o mundo. A alta desenfreada provocou uma "corrida" pelas commodities em geral, gerando um aumento de preços sem precedentes. A alta nas matérias-primas provocou também alta na inflação: em todo o mundo, os preços dos alimentos foram considerados os vilões tanto da fome (caso dos países mais pobres) quanto dos consecutivos déficits em conta corrente (caso dos países importadores de alimentos) e inflação. Preços históricos foram atingidos. O milho virou sinônimo de etanol e a soja de biodiesel. Os biocombustíveis passaram de "mocinhos" do meio ambiente a "vilões", causadores da inflação mundial, já que os dois produtos são fonte de matéria-prima na maioria dos produtos alimentícios. Uma vez encarados como energia, as cotações dos grãos passaram a apresentar uma forte correlação com o petróleo. Observe a figura 1. Os preços recordes dos dois produtos foram atingidos na mesma época, além de mostrarem as mesmas tendências de preço no período analisado. Em julho deste ano o preço do barril do petróleo chegou a ser cotado em US$140 na Bolsa de Nova York (NYMEX), e no mesmo período a soja atingiu US$16,48/bushel na Bolsa de Chicago (CBOT). Recorde na alta, recorde na baixa também. A expectativa de uma desaceleração econômica em função da crise financeira que se iniciou nos EUA derrubou o preço do petróleo em mais de 70% desde seu preço mais alto (julho de 2008). A soja não ficou para trás nessa queda: diminuição 65% desde seu recorde histórico. Milho, trigo e as demais commodities agrícolas seguiram essa tendência e os preços caíram. A atratividade dos grãos como biocombustíveis foi diminuída frente à redução nos preços do petróleo, ou seja, com o barril valendo "apenas" US$62,00, a produção de biocombustíveis não se justifica do ponto de vista econômico. No momento, a correlação entre os dois produtos começa a diminuir dando espaço a fundamentos mais sólidos de oferta e demanda que sempre influenciaram o preço dos grãos. Com a colheita norte-americana avançando sem maiores problemas e a expectativa de diminuição da demanda internacional em função da crise financeira, a reposição de grande parte dos estoques finais dos principais grãos pode ser esperada para a próxima safra, constituindo-se num fator de baixa das cotações.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja