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Scot Consultoria

Indefinições sobre a próxima safra


Sexta-feira, 17 de outubro de 2008 - 09h02

As commodities já perderam força: preços recordes seguidos de quedas históricas, crise financeira internacional, enfim! O caos reina sobre a maioria das previsões. Há quem diga que chegou o momento de investir, pois, uma vez no fundo do poço, só resta subir. Há também quem diga que ainda não chegamos nem na metade da crise e que o poço é mais fundo. Nesse contexto, o tom de desconfiança do mercado deu lugar ao pessimismo, ou seja, saques em massa dos investimentos. A saída do capital derrubou os preços de basicamente todos os produtos, desde minério de ferro, até produtos agrícolas, fazendo também um estrago no valor das ações da maioria das empresas em todo o mundo. Os valores destinados a "salvar" as economias dessa crise também assustam: US$700 bilhões aqui, US$250 bilhões ali, EU$300 bilhões acolá. Para se ter uma vaga idéia, os valores gastos até agora para salvar as economias dos EUA, Japão e União Européia ultrapassam mais de 3 vezes o valor de todo o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, de cerca de US$1 trilhão. O crédito também se tornou escasso, quase inexistente se buscado para o longo prazo. Bancos não se arriscam a fazer previsões diante de tanta volatilidade. As principais empresas compradoras de grão, que utilizam a prática de financiamento dos insumos em troca de produto, já apresentam dificuldade em definir os preços dos insumos. Além disso, as taxas de juro cobradas pelos adiantamentos já começam a inviabilizar as operações de crédito, principalmente no cenário "nebuloso" que se forma para as cotações dos produtos agrícolas. O Governo Federal toma medidas para que o crédito não desapareça para os produtores rurais. Já aumentou a porcentagem obrigatória de repasse de recursos públicos dos bancos privados às atividades de agricultura e pecuária. Excelente iniciativa, desde que acompanhada da desburocratização do acesso ao crédito. O agricultor brasileiro nada tem a ver com a crise financeira internacional iniciada nos EUA. Ainda assim, suas conseqüências são devastadoras para a atividade. Os preços das commodities agrícolas voltam à sua média histórica - atualmente a soja e o milho já atingiram os mesmos patamares de preços que no primeiro semestre de 2007, período anterior à alta histórica ocorrida neste ano. A valorização quase sem "escalas" do dólar frente ao real favorece os produtores brasileiros, mas a política cambial brasileira trabalha com reservas volumosas para frear a continuidade do movimento. E a escassez de crédito e a economia internacional em recessão não formam um cenário favorável aos produtores.
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