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Relatório do USDA e crise financeira trazem más notícias


Sexta-feira, 3 de outubro de 2008 - 15h55

Neste início de safra, qualquer informação a respeito dos movimentos de oferta e demanda são de extrema importância. O USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) é uma das entidades mais respeitadas no quesito de informações e levantamentos de safras e estoques finais, tanto norte-americanos como internacionais. A entidade conta com diversos tipos de relatórios, atualizados em diferentes intervalos de tempo. Para os agricultores, além dos relatórios semanais (condições das lavouras, clima, etc.), existem alguns considerados mais importantes, de mais peso, entre eles o Grain Stocks. Esse relatório é divulgado trimestralmente e oferece uma boa idéia da disponibilidade de produtos em estoque, em outras palavras, da oferta de grãos existente nos EUA. A "oferta" tratada no relatório é o fundamento que define o preço dos principais grãos. E o tamanho do estoque foi um dos principais fatores de alta de preços dos grãos durante este ano. Quando aliada à perspectiva de demanda aquecida -basicamente por causa do alto preço do petróleo e da utilização como biocombustível - a oferta escassa resultou na explosão dos preços: recordes para o trigo, milho e soja. Mas quem diria que os ventos fossem mudar tão de repente? De uma perspectiva histórica, os grãos atingiram seu preço mais alto e também a queda mais acentuada em apenas 3 meses: 36% para a soja, 39% para o milho e 47% para o trigo. O último relatório divulgado sobre os estoques finais norte-americanos não renovaram as esperanças dos agricultores. O volume disponível de milho está 24,5% maior que o de 2007. Para a soja houve diminuição de 64% no volume dos estoques finais e, apesar de ser uma redução relevante, a expectativa de mercado era de um estoque ainda menor, com metade do volume apresentado no relatório. As projeções agora indicam safras "cheias" e demanda desaquecida. Neste ponto, a crise financeira, que não mostra sinais de chegar a alguma solução no curto prazo, espantou os investidores das commodities, reduzindo fortemente as expectativas de demanda. Com os dois fundamentos "abalados" pela nova realidade, é hora de rever a estratégia. Após tamanha redução nos preços e cenário desfavorável, ao menos para o médio prazo, as cotações dos grãos sofrerão as "dores" da recessão que se desenha na economia internacional. Para quem conseguiu aproveitar os bons preços ocorridos durante a safra 2007/2008, vale a pena esperar por uma melhor definição do cenário internacional para comercializar sua colheita. Oportunidades, que surgem em meio à tanta volatilidade, devem ser aproveitadas.
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