A crise chegou para "bagunçar o coreto". Ninguém imaginava que o quarto maior banco dos EUA iria à falência, nem que a situação estava tão delicada para um punhado de entidades financeiras norte-americanas.
De acordo com as entidades oficiais e líderes do Governo, o Brasil está preparado, como nunca esteve antes, para enfrentar essa crise, mas também deve se preocupar e muito, caso as piores expectativas se confirmem.
O "pior cenário" seria o desaquecimento da economia dos países emergentes - estes, quem diria, são os responsáveis pelo crescimento ou sustentação da economia internacional. E é este justamente o ponto fundamental da questão.
Os países emergentes necessitam de crédito para financiar seu crescimento. O crédito internacional está ameaçado devido aos problemas financeiros que ocorrem nos EUA. Resultado: a oferta de crédito pode diminuir, o custo aumentar, e com isso diminuir o ritmo de investimentos nos países-emergentes.
Notadamente, os países denominados "BRIC" (sigla definida para o Brasil, Rússia Índia e China) são exportadores de matérias-primas.
Caso uma real desaceleração econômica internacional venha a ocorrer, os resultados poderão ser sentidos nos preços das
commodities.
E os efeitos da crise já começaram, especialmente no petróleo, milho e soja. A expectativa de desaceleração da economia internacional, puxada especialmente pelos Estados Unidos, Japão e União Européia, derrubou os preços desses produtos.
Os preços dos grãos agora estão ameaçados em um de seus fundamentos: a demanda. Qualquer desaceleração no ritmo de crescimento dos países emergentes pode diminuir a demanda por alimentos. Menos crédito gera menos investimento, que gera menos emprego, que gera menos renda, que resulta em menor demanda por alimentos. É assim que funcionam as coisas.
Caso esse cenário ocorra, o impacto na produção de
commodities agrícolas será na produção, que diminuirá devido à queda da remuneração da atividade. Os estoques incrivelmente baixos diminuirão ainda mais, resultando em um novo ciclo de alta nos preços.
E assim caminha a economia. Mesmo nesse cenário ajustado, produtores contam com uma vantagem: os estoques internacionais apertadíssimos e a desvalorização do real frente ao dólar sustentam o preço dos grãos no mercado interno.
<< Notícia Anterior
Próxima Notícia >>