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Scot Consultoria

Clima e custos: Safra 2008/09 começa com atençao redobrada


Sexta-feira, 1 de agosto de 2008 - 16h37

O mercado de commodities agrícolas andava devagar nas últimas semanas, com quedas consecutivas nas cotações dos grãos mas, no final de julho, entre os dias 28 e 30, ficou firme. O milho e a soja fecharam no último dia 30 em alta na CBOT (Bolsa de Chicago). Vale lembrar que, em junho, o excesso de chuvas nas regiões produtoras norte-americanas causava "temor". Agora é a expectativa de aumento das temperaturas e falta de chuva no país que aflige o mercado. As cotações do petróleo, que estavam dando um refresco, subiram no dia 30, após o anúncio de redução dos estoques americanos de gasolina. As oscilações nas cotações das commodities agrícolas foram intensas nos últimos meses, sempre ditadas pelo clima e pelo preço do petróleo, já que os fundamentos de oferta e demanda continuavam os mesmos: procura crescente e estoques baixos. O clima também vem influenciando as cotações do milho no mercado interno. Os preços voltaram a subir em julho. Em Campinas-SP, por exemplo, a saca de milho é negociada, em média, em R$28,57. Em abril era R$27,38. As perdas na safrinha, em função das geadas que atingiram o Sul do Brasil em junho, deram força às cotações. Por outro lado, os custos de produção estão subindo mais do que os preços dos grãos. E os grandes culpados são os fertilizantes. Em São Paulo, de julho de 2007 para cá, os preços da uréia foram reajustados em 54,55% e, as cotações do milho aumentaram 43,09%. Outros insumos também estão pesando mais no bolso dos produtores nessa safra. É o caso dos herbicidas. O glifosato, por exemplo, subiu em média 28,23%, comparado ao mesmo período do ano passado, chegando a R$320,00 por galão de 20 litros. É preciso ficar de olho nos custos. Adquirir antecipadamente alguns insumos pode evitar preços ainda mais altos na "boca" do plantio. No entanto, muitos produtores ainda se recuperam das dívidas contraídas nas últimas safras e estão com dificuldade na obtenção de financiamentos. Mesmo para aqueles com boa condição financeira, a burocracia está atravancando o acesso ao crédito rural. Fator que pode causar atraso na semeadura, impactando na produtividade das lavouras. Mudando um pouco de assunto, não dá para fechar a coluna sem destacar o fracasso da Rodada de Doha, da Organização Mundial de Comércio (OMC). Após sete anos de negociações, o Brasil fracassou e não conseguiu ampliar o mercado para os produtos agrícolas. Uma lástima. Agora é correr para as negociações bilaterais.
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