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Scot Consultoria

Relatório do USDA e as (velhas) surpresas


Sexta-feira, 4 de julho de 2008 - 10h38

O petróleo assusta o mercado. A maioria dos países, preocupados com os impactos da alta histórica do combustível, começam a exigir explicações dos países produtores (entenda-se OPEP). E, para piorar, uma ameaça de conflito entre dois países vizinhos, onde 80% da produção mundial de petróleo é transportada através de um canal, não chega em boa hora. As cotações já chegaram a US$144,00/barril. Petróleo para cima, grãos também. A onda dos biocombustíveis faz com que uma certa correlação entre o petróleo e grãos exista, mas isso já não é mais novidade. Nem as críticas aos biocombustíveis, já que tantas evidências a favor provam o contrário. A crise argentina já caminha para uma solução, os problemas climáticos já produziram seu "efeito" nos preços esperados pelo mercado. Afinal, por que tanto aumento nos preços grãos? A resposta está nos relatórios Grain Stocks e Acreage divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os relatórios tratam da área plantada destinada a cada lavoura e seus respectivos estoques finais, nos EUA. Em outras palavras, resumem toda a oferta disponível no momento e uma previsão da oferta futura, dados fundamentais para se obter uma projeção de preços futuros, considerando a relevância mundial da agricultura daquele país. Alguns dos dados revelados no relatório de área plantada: segunda maior área plantada de milho desde 1946, atrás apenas de 2007, aumento de 17% na área plantada de soja, uso de 85% de soja e 93% de milho transgênicos. Afinal, não são esses os fatores de aumento na produção? Se aumenta o volume de produção, o preço não deveria baixar? Exato, não fosse o outro relatório, de estoques finais, que veio para "abalar" o mercado. A diminuição nos estoques verificada para soja foi de 38% em comparação com o mesmo período do ano passado. Notícia essa que, junto com as chuvas do meio-oeste americano, conquistou novo recorde nas cotações da bolsa de Chicago (CBOT), em US$16,45/bushel (vencimento de julho/08), estabelecendo patamar acima dos 16 dólares. O estoque de milho inesperadamente aumentou 14%, mas os problemas climáticos durante o plantio (e atuais) sustentaram seus preços, sendo cotados a US$7,48/bushel. Os relatórios divulgados bimestralmente pelo USDA mostram a tendência para o médio prazo do comportamento dos preços dos principais grãos. A inflação mundial e os aumentos nos custos de produção (notadamente fertilizantes) revelam a cautela da ocasião: preços podem (e devem) ser aproveitados através do mercado futuro.
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