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Scot Consultoria

Parece que dessa vez o álcool de cana vai sair ganhando


Sexta-feira, 20 de junho de 2008 - 10h48

Preços firmes para os grãos e, dessa vez, é o mercado de clima que está impulsionando as cotações das commodities agrícolas. São as chuvas no Meio-Oeste americano prejudicando o desenvolvimento do milho e alagando as plantações de soja; são geadas no Sul do Brasil atrapalhando a safrinha de milho. E os preços só subindo. Soma-se a isso o embate, que já se prolonga por uns três meses, entre os produtores argentinos e o governo por conta da taxação das exportações de grãos. No Brasil, por conta das geadas dessa semana, a oferta de milho que já estava restrita, ficou ainda pior. Os produtores estão "sentados no milho" esperando preços melhores, que já estão ocorrendo. O petróleo também continua subindo. Ainda nessa semana, o G8 (EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Canadá e Rússia) pediu que o FMI (Fundo Monetário Internacional) analisasse os aumentos recordes do petróleo. Há uma grande probabilidade de, assim como está acontecendo nas commodities agrícolas, a especulação dos fundos de investimento no mercado futuro é grande causadora dos reajustes. Com a alta do petróleo, aumenta a corrida por combustíveis alternativos, o que pressiona ainda mais os preços do milho e da soja. Aí vêm as contradições. O alto custo das matérias-primas está inviabilizando a produção de alguns biocombustíveis. No Brasil, as indústrias de biodiesel estão com dificuldades de cumprir seus contratos. O preço conseguido pelo combustível nos leilões da ANP (Agência Nacional do Petróleo) não está compensando o alto preço da soja. Se o biodiesel quiser sobreviver, mediante a disparada dos preços da soja, o caminho é procurar outras oleaginosas e/ou outros óleos, como o óleo de cozinha usado e o sebo bovino, que já estão sendo utilizados. Se por um lado o biodiesel está ameaçado, o álcool brasileiro é que sai ganhando com os patamares históricos dos grãos. Nos EUA, a expectativa de uma safra de milho menor e os preços recordes do cereal fizeram com que o país aumentasse a importação de etanol brasileiro (cana-de-açúcar). Boa oportunidade para o álcool nacional. O aumento da demanda fez com que o preço do combustível subisse tanto no mercado internacional como no interno. E assim segue o mercado e as contradições e distorções entre petróleo, combustíveis alternativos e grãos. Parece que dessa vez o álcool nacional vai ser mesmo a salvação da lavoura.
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