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Scot Consultoria

Cresce procura por etanol de cana, mas preços continuam baixos


Sexta-feira, 13 de junho de 2008 - 11h07

O preço do petróleo nas alturas (chegou a bater US$139,00/barril) e a atual crise mundial de preços dos alimentos aumentam a procura por combustíveis alternativos (etanol e biodiesel). E o Brasil é um dos principais, senão o principal, participantes desse novo cenário. Além ser um dos maiores exportadores de grãos, agora cresce também a procura pelo etanol nacional, fabricado a partir da cana-de-açúcar, que não concorre com a produção de alimentos. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 1,54 bilhão de litros de etanol nos cinco primeiros meses de 2008, 15,8% mais que no mesmo período de 2007. Contudo, mesmo com o aumento da demanda, as vendas externas do Brasil ainda esbarram no protecionismo de alguns países, principalmente dos EUA. Com a atual discussão a respeito da alta dos preços dos alimentos e sua relação com a produção de biocombustíveis (etanol de milho americano), os EUA até cogitaram a hipótese de reduzir os impostos sobre a importação de etanol. Mas, devido às divergências que o assunto deve causar, vai ser difícil a proposta ser aprovada ainda neste ano. Entre as safras 2004/05 e 2007/08, o volume de milho destinado à produção de etanol nos EUA aumentou 134%. Por conta disso, a área plantada com a cultura no país cresceu 15%, tomando espaço antes destinado a outras culturas. Embora o álcool brasileiro seja economicamente e socialmente mais viável que o de milho dos EUA, o protecionismo americano vai reinar por muito tempo, dificultando as exportações e sobreofertando o mercado nacional, onde a produção é maior que a demanda (queda de preço). Ao contrário da cana (preço do ATR só caindo), para os grãos, o mercado continua firme. Além da corrida por biocombustíveis inflacionar os preços da soja e do milho, os estoques mundiais continuam baixos e a demanda crescente. Muito foi discutido na conferência da FAO sobre a crise dos alimentos e sua relação com a produção de biocombustíveis, resta esperar agora se as mudanças propostas vão efetivamente ocorrer, ou se ficarão somente no papel.
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