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Scot Consultoria

Petróleo - O novo vilão dos preços


Sexta-feira, 30 de maio de 2008 - 12h22

O futuro tem preocupado os produtores rurais. Ninguém mais sabe como se comportará a inflação até o final do ano, o que ocorrerá com o preço do petróleo, com a cotação do dólar, nem se os investimentos na compra de insumos vão pagar a conta no futuro. Ainda, o produtor rural deve estar atento à economia chinesa, européia e americana, e ao clima em diversos países além do Brasil. Claro, sem nunca se esquecer de sua propriedade, endividamento, pragas, funcionários, impostos, manutenções... Além de tudo, é o produtor rural o grande culpado pelo desmatamento da floresta Amazônica, pela crise mundial de alimentos e pelo aquecimento global. Quanta coisa não? Problemas e acusações infundadas à parte, pode-se afirmar que o momento é realmente de grande apreensão. Os preços dos insumos insistem em não recuar, fato já ocorrido com os grãos. Até o arroz, produto que chegou a ser alardeado como o grande vilão da inflação e da fome mundial, viu seu preço baixar no Rio Grande do Sul. A esperança dos arrozeiros gaúchos durou pouco. O petróleo também não quer colaborar. Caso o preço dessa fonte de energia não-renovável caia, a demanda por etanol (tanto de milho e cana) e biodiesel (soja) também cairá, já que o preço do combustível concorrente supostamente estaria mais em conta. Menor demanda por combustível alternativo, menor demanda pelas matérias-primas. É a parte ruim da relação "moderna" onde os grãos passaram a ser encarados como energia. E se o petróleo subir? Aí também fica ruim. Os combustíveis e fertilizantes historicamente compõem cerca de 45% a 50% do custo de produção. Nos atuais preços essa relação já se encontra em níveis mais elevados, e adivinhem quem é uma das principais matérias-primas desses insumos? O petróleo. Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. Para piorar a situação, a União Européia, apesar de toda sua cultura em defesa do meio ambiente, atrasa a decisão da mistura obrigatória de 10% de etanol na gasolina. Essa medida ajudaria na consolidação do mercado internacional de etanol, o qual o Brasil seria de longe o mais eficiente fornecedor. Se depender da ajuda dos colegas europeus, ainda vai demorar. O Governo Federal vem adotando uma atitude positiva com os produtores rurais. A medida provisória referente à renegociação do endividamento rural mostra certa consciência sobre a situação do campo, mas ainda faltam vários detalhes até se chegar a uma política agrícola consolidada. De qualquer modo, serão R$75 bilhões renegociados, quantidade que certamente causará um impacto positivo no setor. As notícias de que os terremotos ocorridos na China prejudicaram a principal região produtora de fertilizantes deu também um maior impulso às suas cotações, com maiores reajustes à frente. Apesar das más notícias de curto prazo, o horizonte no longo prazo ainda se mostra favorável aos produtores. Os estoques dos principais grãos necessitam de mais de uma safra cheia para se recompor, e o mercado de clima nos Estados Unidos pode favorecer as cotações, caso a La Nina se manifeste.
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