O momento é de cautela

Muita volatilidade nos mercados de commodities agrícolas. Até o arroz, que vinha de sucessivos aumentos nas cotações, começou a semana (19/05) em queda, por conta da retomada das exportações do Paquistão e do Japão. A soja e o milho também estão em baixa. A notícia de suspensão dos protestos na Argentina e de um possível acordo entre os agricultores e o governo do país quanto ao imposto de exportação, além da melhora no clima dos EUA e o avanço nos plantios, sustentaram a queda. Dessa vez, nem o petróleo em US$127,05/ barril segurou as cotações. Enquanto isso os preços dos insumos não páram de subir. Perigo para a próxima safra, o que obriga o governo a tomar algumas medidas. A proposta para desoneração dos fertilizantes e defensivos do pagamento do PIS/Cofins e do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), está sendo estudada. Os aumentos nas cotações, especialmente dos fertilizantes, vêm onerando os custos de produção no Brasil e no mundo, contaminando os preços dos alimentos. Os defensivos, embora em menor intensidade, não ficam atrás, sendo o glifosato o destaque dos aumentos. A cotação deste herbicida aumentou 37,90% em um ano, passando de R$57,07/galão de 5 litros em maio de 2007 para R$78,70/galão, atualmente. Contudo, mesmo com a elevação do preço do defensivo, a relação de troca com a soja melhorou 4,06%. A melhora ocorreu por conta dos bons preços da soja, principalmente após novembro de 2007. Todavia, o momento é de cautela. A partir de março deste ano, a relação de troca piorou, com a queda dos preços da oleaginosa. Caso os preços da soja permaneçam nesse patamar, o poder aquisitivo dos agricultores pode diminuir ainda mais, com a proximidade do início da safra 2008/09, quando os preços dos defensivos normalmente sobem.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>