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Scot Consultoria

Fertilizantes tiram o sono dos produtores


Quinta-feira, 17 de abril de 2008 - 18h29

Os produtores no Brasil ainda nem terminaram a colheita da safra 2007/08 e já estão de olho na safra seguinte. Apesar dos bons preços da soja e do milho, o aumento nos custos de produção vem tirando o sono de muita gente. E os "vilões" mais uma vez são os fertilizantes. Responsáveis por cerca de 37% do custo total da lavoura, essa porcentagem pode aumentar ainda mais este ano. Em abril, o destaque foi para os formulados que, no geral, tiveram alta de 9,60%, segundo levantamento da Scot Consultoria. Dentre esses está o 20-00-20, adubo muito utilizado nas lavouras de soja e milho no cerrado brasileiro. O reajuste esse mês chegou a 11,85% comparado a março e a 28,33% em relação ao mesmo período do ano passado. Embora o aumento verificado no preço da soja nacional, de abril de 2007 até agora, seja de 39,90%, do último mês para cá a oleaginosa sofreu uma redução nas cotações, algo em torno de 3,15%, devido, principalmente, ao avanço da colheita. Dessa forma, o aumento dos fertilizantes está próximo dos ganhos obtidos no preço da soja, o que é preocupante. Para os próximos meses, embora a tendência continue sendo de preços firmes para os grãos, a expectativa para os fertilizantes também é de alta. Além da crescente demanda mundial, principalmente pelos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), e da oferta escassa, a safra norte-americana também está contribuindo para novos reajustes nas cotações mundiais dos fertilizantes. Tal cenário está fazendo com que muitos produtores de grãos, que geralmente adquiriam adubo a partir de maio, já estejam fechando negócios agora, temendo mais aumentos de preço. No cenário internacional, cresce a preocupação com relação à falta de alimento no mundo e aos conflitos por comida, que já vêm ocorrendo em alguns países. Essa semana (14/04), o Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional) criticaram o combustível produzido a partir de lavouras (milho nos EUA e soja no Brasil) e a sua concorrência com a produção de alimentos. Todavia, mesmo com todo o discurso contra o "Food for fuel" ("alimento para combustíveis"), os preços dos grãos não param de subir. A verdade é que o viés humanista da campanha não consegue ir contra as leis da oferta e demanda.
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