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Scot Consultoria

Logística agrícola


Quinta-feira, 8 de novembro de 2007 - 17h30

Embora o Brasil seja um dos países mais competitivos em termos de produção agropecuária, a logística interna é sofrível e diminui a nossa eficiência no mercado internacional. A base da matriz do transporte brasileiro é uma das principais causas da baixa competitividade. Cerca de 60% das cargas brasileiras são transportadas através de rodovias. Embora seja o modal mais prático, é também o mais caro. Atualmente, os gastos com logística no Brasil giram em torno de 12,4% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 8% dos EUA, um dos nossos principais concorrentes. Esses custos oneram sobretudo os produtores rurais, principalmente os do Centro-Oeste, devido à distância dos portos, às rodovias precárias e ao preço do óleo diesel. Esses fatores também alteram a competitividade no mercado interno, entre os próprios Estados brasileiros. Os problemas logísticos, no caso dos grãos, por exemplo, não acabam quando chegam ao porto. Além dos custos portuários elevados, a ineficiência e o excesso de burocracia são constantes. Isso acarreta fila de caminhões e atraso nos embarques. Não só a produção agrícola brasileira percorre grandes distâncias até os portos, os insumos fazem o mesmo trajeto, no sentido contrário. O que contribui para o encarecimento da produção. Para mudar esse quadro é necessário investimento. Com o Programa Nacional de Crescimento (PAC), anunciado em janeiro deste ano pelo Governo Federal, surgiram esperanças para a logística brasileira. No entanto, somente 11,5% dos recursos do PAC devem ser utilizados para esse fim, cerca de R$14,5 bilhões ao ano (0,7% do PIB). Para o sucesso na melhora da infra-estrutura do transporte, é necessário deixar de lado as barreiras geopolíticas entre os estados e pensar na solução de forma sistêmica. As parcerias entre os Governos Federal e Estadual com a iniciativa privada (Parcerias Público-Privadas - PPPs) são essenciais. É necessário investimento nos modais ferroviário e hidroviário. As metas do Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT), que vigorará entre 2008 e 2023 são: redução da utilização do modal rodoviário dos atuais 60% para 33% e o aumento do uso do modal ferroviário de 25% para 32%, e hidroviário de 13% para 29%. Essa mudança gerará uma economia de US$2,5 bilhões por ano em custos logísticos. A melhora do transporte e logística nacional é imprescindível para o agronegócio brasileiro. Nos tempos de hoje a eficiência e a qualidade dos processos é que determinará quem está dentro ou fora do jogo no mercado mundial.
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