Um pouco de história - Parte II
Quarta-feira, 6 de setembro de 2006 - 20h22
Após a desregulamentação do setor, iniciou-se um processo em que, sem os incentivos do governo, as indústrias menos produtivas passavam a ser incorporadas pelas mais eficientes. As regiões canavieiras com maiores índices de produtividade e com menores custos de produção se fortaleciam e se consolidavam com o tempo. Passava a predominar a idéia de que o controle e planejamento estatais deveriam ser substituídos pelo "livre" funcionamento das forças de mercado.
O Estado de São Paulo aumentava fortemente a sua importância na produção de cana-de-açúcar e passava a definir, também, diferentes sub-regiões que apresentaram desempenho diferenciado no período de desregulamentação, como a de Ribeirão Preto.
Fatores como as sucessivas crises do petróleo e o aumento na demanda mundial por álcool e açúcar, forçavam o setor a aumentar a produtividade.
Com o desenvolvimento e aperfeiçoamento da tecnologia do processo de produção de açúcar e álcool e do cultivo da cana, as usinas e destilarias tornaram-se cada vez mais produtivas e a cultura pôde ser implantada nas mais diferentes condições, onde anteriormente não se podia imaginar.
Além disso, os grupos econômicos que controlavam as usinas começaram também a atuar em outros setores como, por exemplo, o da indústria de base.
Nas últimas décadas, a crise em que esteve, e ainda se insere o setor petroleiro, e com o aumento da necessidade da utilização de fontes alternativas aos derivados do petróleo, além das questões ambientais que demandam o uso de combustíveis menos poluentes, as atenções se voltaram novamente para o setor.
O surgimento dos carros bicombustíveis, que permitem a mistura de gasolina e álcool em qualquer proporção, possibilitando ao consumidor "driblar" as variações dos preços, aumenta a sedução pelo álcool, mesmo após o fiasco da década de 1980, quando surgiram os primeiros carros a álcool e as usinas marginalizaram a produção do combustível. O foco na produção do açúcar provocou um colapso em seu fornecimento.
Estimativas atuais da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores) indicam que, em quatro anos, o número de veículos bicombustíveis deverá atingir 85% de todos os automóveis em circulação no País. No Brasil, sete montadoras fabricam 41 modelos de carros bicombustíveis, com participação no mercado de automóveis de 76%. Segundo a estimativa da Anfavea, até dezembro de 2006, a frota de carros bicombustíveis será de 2,5 milhões e, ao final de 2010, de 7,9 milhões.
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