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Scot Consultoria

Tendências indefinadas, cenários preocupantes


Quinta-feira, 4 de setembro de 2008 - 16h54

O petróleo já não mostra os mesmos sinais de aquecimento como antes. A expectativa de furacões no Golfo do México, região responsável por 20% da produção de combustível dos Estados Unidos, não se concretizou, transformando-se apenas em uma "tempestade tropical". A notícia foi suficiente para derrubar o preço do petróleo. Durante a ameaça do furacão enfezar e atingir o grau 5 (mesmo nível que dizimou Nova Orleans em 2005), o barril chegou a ser cotado em US$119. Confirmada a tempestade tropical, veio para US$109. Depois de perder o suporte dado pelo petróleo aos grãos, devido ao viés energético do milho e da soja como matéria-prima de biocombustíveis, os preços ficaram à "deriva" dependendo atualmente das informações sobre a previsão de produtividade norte-americana. Não existe definição quanto à produtividade que será divulgada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), uma vez que a colheita norte-americana já se aproxima. Sem uma previsão de oferta mais "consistente", o mercado trabalha com os dois lados da tendência: de um, a produtividade pode cair drasticamente devido à seca de agosto e às tempestades tropicais de setembro. Do outro lado, o USDA pode manter sua perspectiva de produtividade para o milho e soja para a safra "cheia", derrubando ainda mais os preços. Com as perspectivas de queda de preço do petróleo e a indefinição da produção norte-americana, produtores brasileiros buscam alternativas para reduzir o seu custo de produção. A exclusão de matérias-primas utilizadas para a produção de fertilizantes da TEC (Tarifa Externa Comum) foi bem-vinda pelos agricultores. A iniciativa pode ajudar na diminuição dos custos de produção dos grãos, já que os adubos representam quase 40% das despesas. Apesar disso, a isenção do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) não foi aprovada no Congresso Nacional, e a decisão poderia representar ainda uma diminuição de até 10% nos preços finais dos insumos, uma vez que a maioria é importada através de navios. Mais uma vez, o campo paga a conta. Enquanto isso, os preços dos grãos variam de acordo com as cotações do petróleo. Após acompanhar a alta, agora acompanham a baixa do petróleo e se aproximam de um patamar "perigoso" para os agricultores: US$12,50/bushel para a soja e US$5,50/bushel para o milho estão muito próximos do limite da rentabilidade.
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