Nesta edição, apresentamos os indicadores da pecuária nos principais exportadores de carne bovina, segundo informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Trata-se de uma análise comparativa e em função disso usamos uma mesma base de dados.
O USDA estima que em 2014 o Brasil seja o principal exportador de carne bovina, com 2,05 milhões de toneladas equivalente carcaça (tec) embarcadas, seguido pela Índia, com 1,85 milhão de tec.
A Austrália e os Estados Unidos deverão ocupar a terceira e quarta posições, com 1,78 e 1,18 milhão de tec, respectivamente.
Rebanho e desfrute
A Índia possui o maior rebanho do mundo, estimado em 300,6 milhões de cabeças. Cabe a ressalva de que a estimativa do USDA inclui bubalinos.
Veja na figura 1 que o país está à direita. O eixo horizontal representa o rebanho, em milhões de animais.
Já a Austrália possui o menor efetivo, posicionada à esquerda.
O Brasil detém o maior abate anual, estimado pelo USDA em 42,3 milhões de cabeças em 2014. Na figura o abate está representado pelo eixo vertical. O tamanho das bolhas indica o desfrute do rebanho. Ou seja, a quantidade de animais abatidos, em relação ao rebanho total.
Traçando linhas entre os países, elas formarão uma curva, que ocorre porque os desfrutes de Brasil e Índia são menores.
Se estes tivessem desfrutes semelhantes aos de Estados Unidos e Austrália, os abates seriam maiores e as bolhas se alinhariam.
Produção de carne e exportações
Apesar de ter o maior volume de animais abatidos, a produção de carne brasileira fica aquém da norte-americana.
Este parâmetro está representado pelo eixo horizontal. A menor produção é a australiana, com 2,5 milhões de tec estimadas para 2014. Veja a figura 2.
O eixo vertical representa o volume exportado. Observe que os três primeiros estão próximos quanto a este quesito.
O tamanho da bolha indica a relação entre exportações e produção de carne bovina. Ou seja, quanto maior, maior é a dependência do país, em relação ao mercado externo.
Austrália é o país com maior dependência (maior bolha) e os Estados Unidos possuem a menor relação exportação/produção, ou seja, as vendas ao exterior representam fatia menor da produção.
Considerações finais
Brasil e Índia têm potencial para aumentar a produção via incremento de produtividade.
Na Índia a parcela de gado para a produção de leite e a pressão religiosa são fatores importantes.
De toda forma, entre 2004 e 2014 os abates aumentaram 72,1% e a produção de carne cresceu 88,9%. O país deverá continuar com importância crescente no mercado internacional.
Austrália e Estados Unidos já possuem pecuárias produtivas. Isso sustenta a oferta hoje, mas limita o potencial de aumentos.
A pecuária brasileira está no rumo, mas temos um bom trecho para alcançar patamares médios que possam blindá-la, no que diz respeito ao mantra da sustentabilidade.
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