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Scot Consultoria

Uruguai exportará carne de confinamento para a UE


Terça-feira, 30 de agosto de 2011 - 08h56

Após dois anos de intensas negociações, os produtores de carne uruguaia obtiveram, semana passada, um aval da União Europeia (UE) para exportação de carne de gado confinado sem tarifa. Assim, o Uruguai foi integrado ao grupo de países que pode aproveitar uma cota de 20.000 toneladas de carne bovina de confinamento, junto aos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Autoridades, pecuaristas e frigoríficos acordam que o Uruguai está em uma posição muito boa para se tornar um país que faça bom uso da cota e, assim, beneficiar-se do alto preço em que a carne pode ser negociada. O gabinete de imprensa do presidente José Mujica noticiou a habilitação e disse que "a cota abre um novo caminho de acesso preferencial para a carne uruguaia de alta qualidade no mercado europeu," que até agora estava limitada cota Hilton de 6.300 toneladas, com uma tarifa de 20%. O Brasil participa da cota Hilton, com um limite de 10.000 toneladas, mas não atingi esse valor há alguns anos. O principal gargalo é a qualidade dos animais, que não consegue atender a esse mercado mais exigente. A habilitação não é imediata e vai exigir novas medidas para cadastrar aos produtores dentro deste tratamento preferencial, mas quarta-feira passada (24/8) a União Europeia cumpriu com o último procedimento para incluir o Uruguai na categoria dos países para repartir a cota. A exportação sem tarifas é para carnes de alta qualidade de animais que têm menos de 30 meses e que durante os últimos 100 dias foram engordados em grão em confinamento. Este sistema de cotas foi estabelecido pela UE em 2009, como consequência de uma controvérsia com os Estados Unidos no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a importação de carne tratada com hormônios. O resultado foi o estabelecimento de uma cota de importação sem pagamento de imposto. A cota atual é de 20.000 toneladas, mas a partir do quarto ano é aumentada para 45.000 toneladas. Ao contrário da cota Hilton, neste caso não é uma cota por país, mas uma cota que está dividida entre os países elegíveis. Oportunidade No caso da Resolução 620/99, o importador europeu é aquele que vai lidar com a cota e executa o fechamento dos negócios com os exportadores privados. O gerente de negócios do grupo Marfrig no Uruguai, Marcelo Secco disse que "o acesso a esta cota" mostra como válida "a ferramenta do confinamento", e que o Uruguai deve "estar ciente de que o país agora se compromete com uma oportunidade de negócio, e que o país vem a calhar, justo neste momento em que a pecuária de corte está mudando”. Talvez esta possa ser uma oportunidade de mercado para os confinadores brasileiros no futuro, agregando valor ao produto. Secco disse que "o Uruguai é capaz de satisfazer o desafio, mas para isso tem de competir com países que já foram habilitados, em especial os EUA e Austrália”. O diretor do Ministério de Serviços Pecuários, Francisco Muzio, estimou que até a metade de dezembro poderão se concretizar os primeiros embarques. Ele disse que nos próximos dias começarão as certificações do Ministério da Pecuária e os controles do Ministério do Meio Ambiente. O presidente da Associação Rural do Uruguai (ARU), José Bonica, disse que "a habilitação confirma que o que o Uruguai produz é demandado pelo mundo”. Ele lembrou que "a pecuária de corte uruguaia tradicional" é "com campo natural, a pasto" e que nos últimos tempos tem sido "complementada pela produção de confinamento". Observou ainda que o país tem “muitas possibilidades de competir com êxito dentro dessa cota”. Fonte: La Nación. Por Nelson Fernandez. 27 de agosto de 2011. Traduzido e comentado por Jéssyca Guerra, analista júnior da Scot Consultoria.
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