O Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional) fizeram críticas com respeito ao combustível vindo de lavouras e a sua concorrência com a produção de alimentos. O Brasil figurou entre os culpados, pois além de produzir cana ao invés de comida, também desmata para que as lavouras, destinadas à produção de energia, possam se expandir.
Apesar dos os equívocos contidos nesse raciocínio, ao menos no que diz respeito ao Brasil (a cana ocupa uma pequeníssima parcela da área agricultável do Brasil e avança, principalmente, sobre terras de pastagem), seus fundamentos realmente são preocupantes: nações pobres, que não contam com estoques de alimentos, iniciam conflitos civis em busca de comida. Entidades buscam a ONU (Organização das Nações Unidas) e o Banco Mundial para aumentar a quantidade de recursos disponíveis para a compra de alimentos e amenizar a situação nesses países.
Notícias de que a China está prestes a renovar seus estoques de óleos vegetais, chuva em algumas regiões produtoras de grãos no Brasil e a chegada de uma frente fria no último fim de semana na Argentina, provocando geadas e prejudicando as lavouras, foram suficientes para dar sustento às altas na Bolsa de Chicago (CBOT). A soja já registra alta de quase 10% no porto de Paranaguá nas últimas duas semanas.
Mesmo com todo o discurso contra o “Food for fuel” (frase em inglês utilizada nas campanhas contra o “alimento para combustíveis”), os preços não param de subir. Todo o viés humanista dado pela campanha não consegue ir contra as leis da oferta e demanda. Já pensaram em diminuir o preço do barril de petróleo? (JA)
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