Disponibilizaremos toda semana um resumo das palestras ministradas durante o II Fórum Zebu de Ponta a Ponta, realizado no dia 8 de maio em Uberaba - MG durante a Expozebu.
Será uma excelente oportunidade para aprendermos um pouco mais sobre a cadeia da carne bovina, em especial, da raça zebuína.
Primeira palestra:
A Carne e leite de Zebu na saúde humana - Dr Wilson Rondó
A carne e leite de zebu na saúde humana foi tema da palestra do Doutor Wilson Rondó. Foi levantado o questionamento se o colesterol, afinal, é maléfico à saúde humana ou não?
Foi demonstrado que a carne de zebu não tem culpa nenhuma.
O Dr. Rondó usou a segunda guerra mundial como exemplo. Nesta época, os EUA usavam óleo de gordura saturada nos alimentos. Os japoneses bloquearam o acesso das rotas de importações americanas destes óleos. Foi ai que nasceu os óleos vegetais insaturados. Foi uma alternativa.
Nesse processo todo, a indústria divulgou isso como se os óleos saturados fossem maléficos e os novos óleos vegetais não. Assim, tivemos uma migração no consumo. Para piorar, um pesquisador publicou um estudo correlacionando a gordura com doenças cardiovasculares.
Nos novos estudos, o Dr. Rondó disse que existem dois tipos de gorduras, as boas e as ruins. A boa é a gordura da carne bovina, do óleo de porco, da manteiga e do leite. A gordura ruim é a produzida pelos homens, sendo a margarina um exemplo.
O Doutor enfatizou que o ser humano não vive sem gordura. Exemplificou dizendo que o pulmão tem uma superfície basicamente constituída de gordura saturada e que o nosso cérebro também é praticamente constituído de gordura.
Dr. Rondó abordou os mitos e realidades dos teores de gorduras e colesterol nas carnes:
- A raça Nelore tem menor teor de gordura que as raças europeias;
- O nível de gordura do contra filé do Nelore é muito semelhante ao nível encontrado no salmão e na truta;
Dr. Rondó também falou um pouco sobre o leite. Estudos mostram que a lactose não é a única alergia ligada aos produtos lácteos. Foram descobertas outras alergias a determinadas proteínas presentes no leite.
A palestra do Dr. Wilson Rondó foi uma ótima oportunidade para aprendermos que a carne bovina faz sim muito bem.
Segunda palestra:
O Zebu aos olhos da indústria - Leonel Almeida
Leonel Almeida, da Marfrig, abordou os temas ligados no que a indústria espera que o produtor produza.
Segundo ele, falar em rendimento é delicado. As divergências de informações são muitas.
Ele mostrou as características do boi zebuíno que o frigorífico acha interessante.
Leonel apresentou três tendências mundiais com relação à demanda:
1 - O número de consumidores está aumentando;
2 - O poder aquisitivo das pessoas está aumentando;
3 - A qualidade de alimentação continuará aumentando.
Segundo ele, em 2050 teremos 9,0 bilhões de pessoas habitando nosso planeta, sendo que 70% da população viverá na cidade. Situação preocupante, que exigirá um aumento na produção de alimentos.
Leonel mostrou a correlação positiva existente entre o aumento da renda per capita do mundo e do consumo de carne. Ou seja, quanto mais gente e mais dinheiro no mundo, mais carne necessária.
Foram apresentados dados da China. A população rural deste país é de 600,0 milhões de pessoas, 3 vezes a população do Brasil. O seu consumo de carne é de 26,0 quilos por ano, em média. Na cidade, o poder de compra é seis vezes maior que no campo, ou seja, o consumo é de 40,0 quilos de carne por ano. Isso prova a necessidade do aumento da oferta.
Outro dado interessante mostrado por ele, é que a China e a Índia tem população de 40,0% do planeta, mas apenas 15,0% da área disponível.
Leonel afirma que a procura por qualidade tem aumentado. Em um estudo, de 1980 até 2030, o consumo de raízes e tubérculos não mudou e nem mudará. Porém, o consumo de leite e carne irá aumentar.
Outro ponto chave da produção é a água. Se não há água, não há produção de boi, não há produção de carne e alguém vai ficar com fome.
Leonel mostrou alguns padrões de consumo:
- O europeu consome mais filé e contra-filé;
- O russo consome mais recortes de dianteiro;
- O norte-americano consome mais carne enlatada;
- O brasileiro come mais picanha, alcatra e fraldinha;
Leonel chama a atenção para números do IBGE sobre o nosso rebanho bovino. Segundo esses números, 80% do rebanho brasileiro de bovinos é Nelore. Ele questiona se alguma outra raça conseguirá nos dar o suporte e a regularidade necessária?
Leonel finalizou sua palestra dizendo que produzir commodity não paga a conta. É necessário um produto diferenciado.
Abaixo estão as apresentações das palestras, confira:
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http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/21625096
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