PIB do campo deve recuar em 2005

De acordo com projeções da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) o PIB da agropecuária deve alcançar, em 2005, R$146,42 bilhões, um recuo de 8,9% em relação aos R$160,65 bilhões de 2004. O PIB da agricultura deve recuar 14,6%, ficando em R$81,44 bilhões. Já o da pecuária deve cair “apenas” 0,4%, ficando em R$64,97 bilhões. A menor retração será registrada para o PIB do agronegócio. Passará de R$533,98 bilhões (2004) para R$532,13 bilhões este ano. Quebra de 0,35%. Agronegócio, de acordo com Marcos S. Jank, é um marco conceitual que delimita os sistemas integrados de produção de alimentos, fibras e biomassa, operando desde o melhoramento genético até o produto final, no qual todos os agentes que se propõem a produzir matérias-primas agropecuárias devem fatalmente se inserir, sejam eles pequenos ou grandes produtores, agricultores familiares ou patronais, fazendeiros ou assentados. Também pode ser compreendido como tudo que envolve a produção de alimentos e derivados desde o preparo dos insumos até a chegada do produto ao consumidor final. Portanto compreende os chamados elos “antes da porteira”, que são as indústrias de insumos, “dentro da porteira”, que são as propriedades rurais e “depois da porteira”, que envolve a industrialização e distribuição dos produtos. Se o PIB do agronegócio diminui menos que o da pecuária e o da agricultura, significa que a maior parte da crise está sendo absorvida pelos produtores, e não pelas indústrias. Situação semelhante foi observada em 2004 quando, em relação a 2003, o PIB da agricultura recuou 1,7% e o da pecuária reagiu apenas 0,4%, sendo que o do agronegócio subiu 2,6%. Isso porque os oligopólios e oligopsônios presentes antes e depois da porteira permitem às indústrias gozar de um forte poder de barganha em relação aos produtores, transferindo a eles o “grosso”do ônus gerado pelo aumento de custos, queda de produção e de preços. (FTR)
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