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O consumo de carne se mantém na Europa mesmo com a crise econômica


Segunda-feira, 11 de junho de 2012 - 09h54

A demanda mundial de carne não está sofrendo uma queda acentuada, o que tem acontecido é que as pessoas estão saindo menos para comer em restaurantes, mas o consumo de carne segue similar, disse Luis Alfredo Fratti, presidente do Instituto Nacional de Carnes Uruguaio (INAC) durante o Congresso Mundial da Carne, que terminou na última quarta-feira (6/6) em Paris. Afirmou ainda que apesar da crise, "há uma tendência de voltar a se cozinhar em casa, não somente pelo que representa preparar a comida, mas sim por pelo ato de compartilhar o alimento com amigos e familiares, um hábito que o mundo havia perdido".


Segundo Jos Goebbels, vice-presidente da União Europeia de Comércio de Gado e de Carne (UECBV, na sigla em francês), não se nota este cenário em Paris, porém na Holanda o consumo em restaurantes caiu de 10 a 15%.


"Portanto, eu não acho que há sérios problemas de demanda", disse Fratti, de Paris, ao programa Tiempo de Cambio, da Radio Rural do Uruguai.


Está ocorrendo substituição das proteínas mais caras por parte dos europeus por proteínas mais baratas, que segundo Christophe Lafougère, diretor da Gira, consultoria europeia especializada em carnes e lácteos, é mais acentuada no Sul da Europa, onde a carne é mais cara.


"Os europeus têm uma grande preocupação pela crise econômica que os afeta, apesar dos bons preços que recebem, os custos de produção são muito elevados e acabam deixando a situação economicamente desfavorável. Para nós, os preços seguem sendo muito bons", declarou o chefe do INAC.


Esta questão foi abordada por Fratti em uma palestra no dia 31 de maio, no Hotel Sheraton, em Montevidéu, onde disse que apresar da crise as exportações de carne do Uruguai não estão sendo muito afetadas, e podem ser compensadas com negócios direcionados a outros mercados.


Ainda no evento, Marcelo Secco, Delegado da Associação da Indústria Frigorífica do Uruguai, disse que esse enfoque é muito retrospectivo e é muito difícil ter uma perspectiva do que vai acontecer com o mercado europeu.


Fratti disse que o segundo semestre se caracteriza por ser um período de valorização dos preços. "Espero que sim, porque as expectativas que temos para o próximo trimestre na Europa não são tão boas", disse Secco.


Fratti também foi questionado sobre as novidades a respeito do futuro da cota 620 - esta cota permite a entrada de carne bovina na Europa sem tarifas, a cota Hilton tem tarifação de 20% - e disse ter mantido diálogo com um importador da cota, que afirmou estar funcionando bem este tipo de negócios, e achou interessante a capacidade uruguaia de atender a demanda.


No dia 6 de junho, o Presidente da Associação Rural do Uruguai, José Bonica, falou em um painel chamado "Produzir Carne para 9 bilhões de Pessoas de Forma Sustentável", em Paris. Foram destacados, durante sua apresentação na conferência em Paris, os sistemas de produção agropecuários do Uruguai, defendendo a sustentabilidade dos recursos naturais, que reforçam o país no conceito de "país natural".  


Tradução e comentários de Renato Bittencourt. Publicado originalmente em espanhol no site do órgão de imprensa El Observador, por Hugo Campo. 7 de junho de 2012.



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