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Scot Consultoria/Alcides Torres: mercado do boi gordo terá ciclo de alta em 2019


Sexta-feira, 23 de novembro de 2018 - 13h40

Foto: Scot Consultoria


A partir de meados de 2019 o mercado do boi gordo deve entrar em um ciclo de alta da arroba, por causa da virada de ciclo pecuário, projeta o sócio-diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres. “Por volta de junho de 2019 e depois em 2020, 2021, devemos ter um período de subida de preços no mercado físico por causa da restrição da oferta de animais prontos para abate”, confirmou Torres, pouco antes do início do Encontro de Analistas da Scot Consultoria, em São Paulo.


O ciclo pecuário se caracteriza por anos de oferta excessiva de animais - consequentemente baixa de preços da arroba e abate em massa de fêmeas para redução de custos. Com menor número de vacas, porém, nos anos seguintes menos bezerros serão gerados e, por tabela, menos gado de reposição e bois gordos - iniciando, assim, a restrição de oferta animais terminados e novo ciclo para os preços da arroba, desta vez de alta das cotações. É justamente o cenário de alta que Torres projeta para o ano que vem, tendo em vista os abates em grande volume de fêmeas bovinas ocorridos de três anos para cá.


No curto prazo, ele comentou que os preços do boi gordo estão favoráveis ao pecuarista. “Os pastos ainda não se recuperaram, apesar das chuvas, que não foram uniformes em todas as regiões e os animais de confinamento já foram praticamente todos abatidos, num cenário de menor oferta e alta da arroba”, disse.


O cenário exportador de carne bovina também é favorável para 2019, declarou o consultor, lembrando que a Rússia abriu novamente o mercado para a proteína vermelha. “É alvissareiro.” Na opinião de Torres, este será o cenário natural do mercado, que poderá ser revertido caso o presidente eleito, ao tomar posse, adote mudanças radicais na economia. “No primeiro semestre naturalmente todo mundo vai ficar em compasso de espera, vendo o que o superministro da Economia, Paulo Guedes, vai fazer”, disse. “Em seguida, porém, se vier algum pacotaço no estilo do governo Fernando Collor de Mello, investimentos podem ser adiados, o que pode afetar o setor.


Quanto às declarações do presidente eleito, de que poderia mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, o sócio-diretor da Scot disse que prefere aguardar. “Ele (Bolsonaro) disse isso, mas aparentemente já voltou atrás”, comentou ele, acrescentando que “seria uma medida corajosa”.


Por: Tânia Rabelo



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