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Scot Consultoria

Restrição russa à carne do BR deve ter impacto limitado


Quinta-feira, 23 de novembro de 2017 - 14h10

Foto: www.meatworld.co.za


A suspensão temporária russa às importações de carnes bovina e suína do Brasil deve ter impacto restrito para o setor no país, acreditam representantes da cadeia e analistas. “Acho que não terá grande impacto comercial no momento, porque o Brasil já exportou esse ano praticamente tudo o que precisava para a Rússia”, diz Sebastião Guedes, presidente da Câmara Setorial de Carne Bovina do Mapa e vice-presidente de Relações Internacionais do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC). Ele lembra que as exportações para a Rússia já caem nessa época do ano devido ao congelamento dos portos russos.


O serviço veterinário e fitossanitário da Rússia, Rosselkhoznadzor, anunciou na segunda-feira, 20, em nota, que colocará restrições temporárias às carnes bovina e suína do Brasil a partir de 1º de dezembro graças à detecção de substâncias como ractopamina e outros estimulantes para o crescimento da massa muscular dos animais. "Infelizmente, o Rosselkhoznadzor é forçado a afirmar que, de acordo com os estudos laboratoriais, os estimulantes de crescimento banidos foram novamente detectados nos produtos de criação de gado que chegam à Rússia do Brasil em 2017".


Em relação à detecção de ractopamina, Guedes acredita que é preciso aguardar detalhamento maior por parte das autoridades russas. O Mapa disse que espera a tradução dos laudos laboratoriais indicando a presença do estimulante de crescimento para que possa fazer uma investigação interna. “Temos que esperar. Mas é comum nessa época do ano, quando os portos e as condições de transporte na Rússia ficam mais difíceis por causa do inverno, eles colocarem algumas questões na mesa, até mesmo com o intuito de discutir preços”, diz Guedes.


O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antonio Camardelli, espera que a suspensão seja revertida rapidamente, já que a ractopamina não é usada na produção de carne bovina no país. "Mesmo não sendo utilizada na bovinocultura efetuamos análises regularmente para detectar a presença da substância", afirmou ao Brodcast Agro.


Camardelli acredita que, mesmo se o embargo for mantido, o efeito para as exportações de carne bovina deve ser pequeno. De acordo com ele, os embarques para o país em novembro devem manter o ritmo. "Até o dia 12, embarcamos 6 mil toneladas". Em 2017, o Brasil embarcou, por mês, uma média de 12 mil toneladas de carne bovina in natura para os russos.


“A Rússia é um dos nossos principais mercados, mas acreditamos que devem voltar a importar em curto prazo. Nesse período do ano, já há uma redução natural das exportações, mas é importante que retomem. Então, se algo aconteceu, precisa ser mudado, porque os outros mercados também estão de olho”, diz Isabella Camargo, analista da Scot Consultoria.


Carne suína - A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade que representa a avicultura e suinocultura no país, divulgou, em nota, que suas associadas respeitam a legislação sanitária russa e que o setor está seguro de que a carne suína embarcada não utiliza ractopamina. A entidade ainda diz que acredita no trabalho do Mapa para que o esclarecimento seja rápido e os embarques possam continuar.



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